Portugal e Espanha partilham a mais antiga e estável fronteira da Europa – isto se descontarmos o caso de Olivença, “pedra no sapato” da diplomacia dos dois países desde 1801. Essa linha definida em 1287 está ser percorrida a pé por José Luís Jorge, da foz do rio Minho ao ponto onde o Guadiana encontra o Atlântico. O fotógrafo e repórter de Leiria contacta com geografias físicas e humanas à procura da essência de fronteira no século XXI. Uma raia que pessoas e bens atravessam sem limites, quase esquecendo a linha esculpida durante séculos pela conflitualidade bélica e austeridade política.
“O que significa hoje, em comparação com os tempos anteriores a 1993, quando foi a libertação das fronteiras, viver na fronteira?”, interroga José Luís Jorge, que se lançou nesta empresa inspirado pelo percurso de Duarte d’Armas. O escudeiro de D. Manuel I foi mandado pelo rei, em 1509, percorrer a fronteira para desenhar castelos e fortalezas do reino.
O resultado foi um livro que ficou famoso e o repórter imaginou fotografar esses mesmos monumentos. Mas entretanto deu outra dimensão ao projeto “Linha de Fronteira”, cuja primeira etapa terminou no final de outubro.
José Luís Jorge está a palmilhar a linha que tanto une como separa Portugal e Espanha
O fotógrafo de Leiria cumpriu mais de meio milhar de quilómetros na primeira parte do projeto “Linha de Fronteira”, replicando o feito de um escudeiro de D. Manuel I que ficou famoso. Em abril volta à estrada.