O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, disse hoje que “salários baixos não são solução para coisa nenhuma”, considerando que não contribuem para que os negócios perdurem por um prazo adequado.
“Salários baixos não são solução para coisa nenhuma, salários baixos podem ser uma tentação de curto prazo, mas não faz com que os negócios perdurem num prazo adequado, portanto não são uma competitividade sustentável”, afirmou Nelson de Souza aos jornalistas à margem da sessão de abertura da Moldplas – Salão de máquinas, equipamentos, matérias-primas e tecnologia para moldes e plásticos, que decorre até sábado na Exposalão, na Batalha (Leiria).
Questionado sobre a receita que dá aos empresários para o período pós-pandemia de covid-19, o governante respondeu que estes devem “acreditar nas suas próprias capacidades, investir sempre na inovação, no conhecimento e na criatividade, o que quer dizer que é apostar na qualidade e não em fatores que não são mais sustentáveis hoje em dia, como por exemplo salários baixos”.
“O que é sustentável é nós assentarmos na inovação, na qualificação, na criatividade. Isso conduz-nos a gerar mais valor e mais valor é bom para todos”, realçou.
Sobre os moldes, o governante adiantou que ainda recentemente este setor, assim como o país, “conseguiu ultrapassar um dos períodos mais difíceis de adaptação causados pela pandemia”, reconhecendo, contudo, que “falta completar” este caminho de recuperação.
Assinalando que este setor “vive basicamente da indústria automóvel”, Nelson de Sousa notou que esta, por seu lado, “vive num contexto de grande incerteza estrutural”.
“Mais uma vez, estamos convocados para um exercício de responder a este contexto de ameaças que pairam sobre a indústria, ao mesmo tempo que essa indústria já se defrontava com os outros desafios de todos os outros setores”, declarou, exemplificando com a sustentabilidade, as alterações climáticas ou a digitalização.
Para o ministro do Planeamento, este “é um caminho que requer esforços renovados que acrescentam aos desafios correntes” das empresas, como as exportações ou os recursos financeiros, mas frisou que caminho “tem de ser feito”.