A Assembleia Municipal de Leiria (AML) vai discutir no próximo dia 10 uma petição, subscrita por 987 cidadãos, com vista ao alargamento dos horários das nove linhas do Mobilis à noite, fins de semana e feriados.
A proposta foi apresentada na sexta-feira passada por Liliana Pereira, mentora da iniciativa, que se dirigiu aos membros da AML questionando sobre como iriam para casa no final da sessão e como se deslocariam se ficassem sem carro. Uma realidade diária para muitos leirienses que “não conduzem ou não têm carro” e “veem as suas vidas condicionadas porque a periodicidade dos transportes públicos é muito limitada”, referiu a primeira subscritora do documento.
“Poucas linhas circulam para lá das 19 horas, aos sábados a esmagadora maioria das linhas circula apenas de manhã e nenhuma linha circula aos domingos ou feriados”, alertou ainda.
Defendendo o reforço dos horários do transporte público da cidade, Liliana Pereira referiu ter solicitado à Câmara a inclusão desta proposta no orçamento de 2022. Disse ter sido informada que “os percursos e os horários já se encontram definidos sem possibilidade de expansão” e que a reformulação dos horários poderia ser avaliada em futuro contrato de concessão, se se verificar “uma forte procura em determinados períodos”.
Ora, no entender de Liliana Pereira, o número de assinaturas recolhidas “prova que existe uma forte procura para expansão dos horários”, sendo que a “maioria está cansada de esperar para aguardar até ao término do contrato de concessão”, em março de 2024.
Para contornar a questão, Liliana Pereira propõe a celebração de “um contrato complementar de transporte público de passageiros” que contemple o “acréscimo de horários para o período noturno, e a circulação dia e noite aos fins de semana e feriados para todas as nove linhas Mobilis”, para entrar em vigor em 2022 e por um prazo de dois anos. Período que serviria para testar o modelo e implementar as correções necessárias, defendeu.
Já em outubro, aquando do lançamento da petição, os núcleos de Leiria do PAN e do Livre manifestaram o seu apoio à reivindicação, promovendo a recolha de assinaturas que ultrapassaram as mil. Segundo Liliana Pereira foram contudo consideradas apenas as 987 que tinham toda a informação associada.
Segundo o regimento da Assembleia Municipal de Leiria, “é garantido aos cidadãos o direito de petição” sobre matérias do âmbito do município, sendo considerados petições que sejam “subscritas por um número mínimo de 250 cidadãos eleitores do concelho, devidamente identificados com a menção do respetivo nome completo, residência e número de cartão de cidadão, dirigidas à Assembleia Municipal e por eles devidamente assinadas”.