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Cultura

Segunda fase da iniciativa “Museu na Aldeia” começa na Marinha Grande

Na primeira fase, a Feteleira recebeu a peça “A praga”, de Alberto Vieira, enviada pelo Museu do Vidro

Os habitantes de Feteleira, pequena povoação do concelho de Sobral de Monte Agraço, apresentam esta terça-feira, dia 14, na Marinha Grande, uma obra original criada para o Núcleo de Arte Contemporânea do Museu do Vidro.

A inauguração lança a segunda fase de “Museu na Aldeia”, projeto promovido pela Sociedade Artística Musical dos Pousos (SAMP), de Leiria, que liga 13 aldeias isoladas e 13 museus do território da Rede Cultura 2027, responsável pela candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura em 2027.

Na primeira fase, a Feteleira recebeu a peça “A praga”, de Alberto Vieira, enviada pelo Museu do Vidro. A partir dela, os habitantes foram convidados a refletir sobre o que é um museu, lançando-se também no desafio de criar uma obra original.

Agora, neste novo capítulo intitulado “Aldeia vai ao museu”, 16 idosos da Feteleira deslocam-se à Marinha Grande para mostrar o trabalho imaginado para o Núcleo de Arte Contemporânea do Museu do Vidro. O resultado é um exercício bastante criativo, descreveu o coordenador da candidatura de Leiria.

Segundo Paulo Lameiro, os habitantes da aldeia propõem-se levar ao museu da Marinha Grande “o que têm de mais precioso”: o vento da serra de Montejunto.

“Isto é extraordinário: não são criativos da ESAD [Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha], nem pensadores da Fundação Gulbenkian ou da Culturgest. São pessoas com mais de 70 anos, algumas com 90, de cadeira de rodas e andarilho”, que se dedicaram “a ensacar vento e a criar obras plásticas extraordinárias que podiam estar em qualquer museu de arte contemporânea do mundo”.

Em desenvolvimento há um ano, “Museu na Aldeia” está, sublinhou o coordenador, “a romper com os paradigmas do que é um idoso perdido na serra” e “representa bem a ideia do que é que é cultura para este território”.

O programa de inaugurações desta segunda fase estende-se até maio de 2022, com vários momentos em que as restantes 12 aldeias vão apresentar criações em 12 museus, ficando depois temporariamente em exposição para apreciação pública.

“Museu na Aldeia” foi já premiado pela APOM – Associação Portuguesa de Museologia na categoria “Inovação e Criatividade” e recebeu o prémio Património.pt para “Melhor Projeto em Parceria”.

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