Leiria ficou virada do avesso. Filas de trânsito, selfies sem fim, acessos condicionados, milhares de adeptos nas ruas, trantornos para muitos mas tudo isso também faz parte dos grandes jogos. Foi isso que aconteceu em Leiria esta noite, com a final da Allianz Cup e um dérbi: Benfica – Sporting.
A prova que atribui o título de campeão de inverno aconteceu pelo segundo ano consecutivo no estádio Dr. Magalhães Pessoa – e vai continuar até 2024 – e este ano quem fez a festa foi repetente: o Sporting, que venceu por 1-2.
Este foi o primeiro triunfo do Sporting em dérbis para a prova, depois de, em três temporadas consecutivas, e três palcos distintos, o Benfica terem superado os leões na final de 2008/2009 (3-2 nos penáltis, após 1-1 nos 90 minutos), no Algarve, e ganharam nas meias de 2009/2010, em Alvalade (4-1), e de 2010/11, na Luz (2-1).
O jogo começou com o Sporting a conseguir trocar bem a bola e a dar muitas dificuldades para o Benfica sair a jogar. Parecia um presságio para o que ia acontecer em quase todo o encontro. A festa acontecia no relvado mas também nas bancadas, quase preenchidas, e isso foi, aliás, constante durante todo o encontro.
Só a partir dos 10 minutos de jogo foi possível começar a ver os encarnados a fazer jogadas mais consistentes, numa marcação eficaz aos jogadores do Sporting. No entanto, o Sporting manteve passes certeiros, cruzamentos eficazes, e a dificuldade que tem sido frequente nos últimos encontros: finalização. Sarabia, Pote e Gonçalo Inácio ainda apareceram mas sem sucesso no primeiro tempo.
Foi, contudo, o Benfica quem chegou à vantagem e logo no primeiro remate à baliza. Aos 22 minutos, a equipa arrancou de uma falta no seu meio campo, Morato abriu para Grimaldo, que serviu Everton na área. Tirou Neto do caminho e atirou uma bomba para o fundo da baliza de Adán.
O Sporting continuou pressionante e não demoralizou, debatendo-se com o mesmo problema, falta de eficácia na finalização. O Benfica ainda subiu no terreno por uma ou duas ocasiões mas ainda com dificuldade. Depois o jogo entrou num registo de faltas consecutivas e perdeu algum ritmo e magia.
Em desvantagem, o Sporting voltou do intervalo com a mesma garra, mas encontrou um Benfica mais organizado.
Gonçalo Inácio empatou a partida, de canto, aos 49 minutos, e o Sporting não desistiu de procurar a vantagem.
A segunda parte foi (ainda) mais fraca em número de oportunidades e começaram a sair os cartões amarelos, resultados de muitas faltas duras e consecutivas. Os treinadores mexeram nas equipas para refrescar a defesa e o ataque.
O Sporting chegou ao golo que valeu a vitória depois de várias investidas pelas áreas, sobretudo no corredor controlado por Matheus Reis, que serviu Pote e Paulinho em alguns lances perigosos, mas que não deram em nada.
O golo chegou logo depois, por Sarabia, aos 78 minutos. O jogador do Sporting perfurou a defesa benfiquista para receber a bola de um passe longo de Porro e frente a Vlachodimos não perdoou.
Com vantagem no marcador, os leões seguraram o resultado e o Benfica correu, até ao último minuto, atrás do empate, sem sucesso.
No final, já com muitas bancadas despidas, foi o Sporting quem ergueu o troféu de campeão de inverno no Dr. Magalhaes Pessoa, o segundo título na Taça da Liga consecutivo para o Sporting e o terceiro do treinador Rúben Amorim. Sarabia foi eleito o jogador do jogo.
A Allianz Cup deixa Leiria, com regresso marcado para 2023.