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Desporto

Campeão do mundo de futebol de praia dá cartas no distrital de futsal de Leiria

Leiriense André Lourenço integra a equipa da ADR Barreiros que luta pela manutenção na divisão de honra distrital

FOTO FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL

André Lourenço já ergueu o troféu de campeão mundial de futebol de praia por Portugal, mas esta época decidiu estrear-se no futsal, modalidade em que quer ajudar o Barreiros [freguesia de Amor, concelho de Leiria], a garantir a manutenção na divisão de honra distrital.

“Alguns dos meus amigos de infância foram jogar para o clube e decidi ir com eles. Já joguei futebol e era para me dedicar apenas ao futebol de praia, mas surgiu esta oportunidade”, explica à Lusa o jogador que representa o Sporting de Braga nas areias, antes de atirar: “Sou aquele rapaz que se me chamarem às duas horas da manhã para ir jogar à bola, eu vou. Eu quero é jogar”.

Confrontado com as diferenças entre o tipo de piso, o esquerdino assume que “é muito mais difícil correr na areia, mas a maior diferença é que a bola rola sempre pelo chão, enquanto no futebol de praia joga-se muito mais pelo ar”. “É uma questão de hábito”, completa.

O leiriense, que no futebol de praia joga a fixo e no futsal assume as posições de ala e pivô, leva quatro golos em cinco partidas, mas esperava mais: “Achei que conseguia fazer mais golos, mas os guarda-redes de futsal defendem muito bem e são muito ágeis a nível de posicionamento. É difícil fazer golo”.

O internacional assegura à agência Lusa que, dentro de campo, a entrega é a mesma ao serviço do Barreiros, do Sporting de Braga ou da seleção portuguesa.

“As únicas coisas que mudam são a preparação do jogo, o dia antes do jogo e a atmosfera nas bancadas, mas dentro de campo vivo com a mesma intensidade quer seja contra o Brasil ou contra uma equipa do campeonato distrital”, garante.

O Barreiros ocupa a última posição do campeonato, a sete pontos da última equipa em zona ‘segura’, mas com duas jornadas em atraso.

“Temos jogos em atraso relativamente às restantes equipas e acredito que temos qualidade no grupo para chegar ao fim da temporada com o objetivo alcançado”, afiança.

Sobre o facto de ser uma figura conhecida no mundo do desporto, André Lourenço nota que isso não tem sido sempre positivo pelos pavilhões por onde tem passado: “É recorrente ter dupla marcação ou ouvir constantemente os adversários a pedir que ‘tapem o pé esquerdo'”.

Por outro lado, também revela que já teve momentos que o deixaram orgulhoso do percurso que tem trilhado no desporto. “No último jogo que fiz pelo Barreiros, perdemos e houve um adversário que veio cumprimentar-me. Estava chateado por termos perdido e quando já estava no banco a tirar as ligaduras, o mesmo jogador veio ter comigo novamente a cumprimentar-me e a dizer que me admirava”, conta.

O futebolista, a quem apenas falta uma Euro Winners Cup para conquistar todos os títulos nacionais e internacionais, explica que no dia a dia chega a treinar três vezes: na areia, com várias deslocações até à praia da Nazaré, entre outros, com os internacionais Jordan Santos, Duarte Vivo, Rui Coimbra, Tiago Batalha e Rúben Brilhante; no ginásio, onde trabalha a parte física, e à noite, no treino da equipa do Barreiros.

“Quando inicia a temporada de futebol de praia, foco-me totalmente no Sporting de Braga, com quem tenho vínculo”, garante André Lourenço, sublinhando que é, apesar da nova experiência, nas areias que pretende continuar a jogar ao mais alto nível e a somar títulos nacionais e internacionais, pelos ‘arsenalistas’ e pela seleção portuguesa.

Rafael Raimundo/Agência Lusa

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