O novo ano chega a Alcobaça com a estreia de um festival dedicado exclusivamente ao jazz, criado pela associação Figura Fonética com o apoio do programa Garantir Cultura.
Pensado desde o início da pandemia, Almanzor JazzFest pretende “motivar e manter ativos profissionais do setor artístico”, “estimular a criação artística”, incentivar a “reinterpretação cultural e a formação de públicos”, bem como contribuir para “a diversidade e qualidade da oferta artística no território nacional”, explica Milton Dias, presidente da direção da associação.
Outras ambições passam por sensibilizar para a cultura e possibilitar o “reconhecimento da música criada por compositores portugueses”, acrescenta o organizador.
O Almanzor JazzFest arranca no final deste mês de janeiro com três dias que vão ficar marcados pela presença de reconhecidos artistas nacionais ligados a Alcobaça, chamando a atenção para o facto deste concelho ser “uma ‘casa’ na qual habitam muitos e reconhecidos músicos” e onde o gosto pelo jazz tem vindo a ser alimentado por diversos festivais e estruturas.
O nome do festival está intimamente ligado à cidade, nota Milton Dias: é inspirado na lenda que conta que, no Castelo de Alcobaça, “havia um poço do qual saía uma melodia encantatória que tinha como autor o fantasma Ben Al Mansour, um guerreiro mouro que tinha falecido durante uma batalha em defesa do seu castelo”.
No primeiro dia do Almanzor JazzFest, 27 de janeiro, o trombonista Rui Bandeira apresenta o resultado das composições criadas durante uma residência artística em Alcobaça, num showcase a solo, pelas 21h30. Segue-se logo depois a atuação do grupo LiftOff, formado por Jeffery Davis (vibrafone), Óscar Marcelino da Graça (piano), Nelson Cascais (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).
O concerto dos LiftOff ganha uma importância acrescida porque significa o regresso da formação a Alcobaça, onde ganharam o concurso de jazz do Parlatório Café, há 20 anos. Agora, vão dar a conhecer o novo disco, a editar este ano.
No dia 28, são os TGB que animam o Almanzor JazzFest com uma harmonia singular criada pela conjugação da tuba de Sérgio Carolino, a guitarra de Mário Delgado e a percussão de Alexandre Frazão. À semelhança dos LiftOff, o trio apresenta a Alcobaça repertório novo, que será lançado em disco ainda em 2022.
Para o último dia desta primeira edição do festival, 29 de janeiro, está reservada a atuação especial de Centauri, projeto do guitarrista André Fernandes, que surgirá acompanhado por José Pedro Coelho, João Mortágua, Francisco Brito e João Pereira.
Em foco neste espetáculo de Centauri vão estar temas do primeiro disco, “Draco”, e do mais recente álbum, “Dianho”, inspirado no livro “Bestiário Tradicional Português” de Nuno Matos Valente e Natacha Costa Pereira, autores das Edições Escafrando, de Alcobaça.
A música é acompanhada por desenho ao vivo pela ilustradora Natacha Pereira.
Todos os concertos acontecem no Cine-Teatro de Alcobaça e têm início às 21h30. As entradas são gratuitas, sendo os bilhetes levantados no local, no próprio dia.
No futuro, a intenção da Figura Fonética é fazer mais edições do Almanzor JazzFest e transformar o festival “num ‘momento’ de referência para o jazz em Portugal”, adianta Milton.