A Santa Casa da Misericórdia Fátima-Ourém vai avançar este ano com a construção de uma nova sede e estrutura residencial para pessoas idosas (ERPI), prevendo investir cerca de três milhões de euros.
O novo edifício vai ficar localizado no lugar de Moimento, num terreno com cerca de 4.000 metros quadrados que foi adquirido à Junta de Freguesia de Fátima pelo valor simbólico de 70 euros.
A nova ERPI terá capacidade para 50 utentes, além de diversas áreas de atividades e lazer, e um jardim aberto à comunidade.
Atualmente, a instituição acompanha 39 utentes no lar, entre 20 e 25 no serviço de apoio domiciliário (com teleassistência), e 35 através gabinete de apoio ao familiar e doente de Alzheimer, entre utentes e cuidadores. O centro de convívio, com capacidade para 15 utentes, funciona de forma condicionada devido à pandemia de Covid-19.
Instalada num espaço arrendado há mais de 30 anos, a sede atual tem algumas “limitações” em termos de estrutura física, reconhece a instituição. “Inicialmente destinado a residencial turística”, o edifício encontra-se “desajustado às exigências e necessidades da população a que se destina a missão da Santa Casa – os grandes dependentes em razão da idade e da doença, em particular a demência”, explica ainda numa nota publicada no seu site.
O novo edifício vai concentrar todas as valências no mesmo espaço, com exceção do centro de dia para doentes de Alzheimer, cuja parceria com a Paróquia de Fátima é para manter, afirmou a provedora da instituição, Fernanda Rosa, à agência Lusa.
Segundo a responsável, o caderno de encargos está a ser preparado, sendo intenção da instituição lançar o concurso público até março, para que a obra possa ficar concluída no final de 2023.
“O projeto está aprovado pela Câmara há quase um ano e, em junho do ano passado, estávamos em condições de levantar a licença. Pedimos um adiamento por questões financeiras”, explicou ainda a responsável, referindo que a Misericórdia aguardava o resultado da candidatura ao Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES) – 3ª Geração.
“Felizmente, fomos contemplados com um apoio do PARES de 1,1 milhões de euros”, declarou Fernando Rosa, acrescentando que o Município de Ourém garantiu um apoio financeiro até ao máximo de 250 mil euros. A verba restante será obtida com recurso à banca.
Segundo Fernanda Rosa, a Santa Casa está “sempre à procura de outras alternativas de financiamento do Estado”, dando como exemplo o Plano de Recuperação e Resiliência, e pretende fazer “iniciativas de angariação de fundos, junto da comunidade e de beneméritos”.
“Apesar de não termos garantidos os três milhões de euros, vamos avançar, esperando que a comunidade, de alguma forma, se envolva neste projeto e reconheça a utilidade pública do mesmo”, realçou.
A provedora destacou que a Misericórdia Fátima-Ourém “continua a receber pessoas com dificuldades económicas às quais não pode virar as costas” e notou que a instituição nasceu “para a grande dependência, por isso é que a população do lar é muito dependente do ponto de vista físico e mental, nomeadamente os doentes de Alzheimer”.
Entretanto, a Misericórdia viu aprovada uma candidatura ao Portugal Inovação Social, iniciativa de promoção da inovação social e de dinamização do mercado de investimento social, para complementar o serviço de apoio domiciliário com resposta ao nível das terapias ocupacionais e fisioterapia.
“O objetivo é prolongar a permanência dos utentes em sua casa, com proteção, segurança e apoio”, disse a provedora.
Com 36 funcionários e avenças com mais três profissionais, a Santa Casa da Misericórdia nasceu em 2006.