A escassez e preço elevado do isco está a obrigar os pescadores a permanecerem em terra. O alerta é deixado pela estrutura distrital de Leiria do PCP.
Com pouco isco disponível, o seu preço aumenta e são muitos os pescadores que não conseguem acompanhar esta dinâmica, atravessando tempos difíceis, apontam os comunistas.
Em comunicado, a Direção da Organização Regional de Leiria (DORLEI) do PCP, alertou esta tarde para “a grave situação que os segmentos da pesca artesanal que dependem de isco para operar estão a atravessar nos últimos tempos”.
A situação afeta os pescadores dos portos de pesca de Peniche e Nazaré que, adianta a estrutura distrital do PCP, “ estão a sofrer grandes impactos decorrentes desta questão”.
O problema, apontam, não é exclusivo de Leiria, afetando “todos os portos nacionais”.
O problema é especialmente sentido pelas embarcações que se dedicam à pesca do “palangre de fundo (aparelhos de linhas e anzóis) dirigido a espécies demersais ou bentónicas (espada-preto, goraz, cherne, congro, etc.), bem como as embarcações de pesca local e costeira que utilizam armadilhas gaiola para a captura do polvo e de outras espécies”, aponta o comunicado.
O problema central é que os pescadores enfrentam o facto de “não haver isco para seguirem para a faina”. “O pouco isco que chega à primeira venda está a ser licitado a valores incomportáveis para o efeito”, apontam ainda os comunistas que exortam o Governo a adotar medidas para minorar o impacto desta questão.
Este cenário, aponta o comunicado, está a implicar a “quase paralisação da pesca do Cerco, com especial incidência em determinadas zonas do país”.
A proibição da pesca à sardinha tem contribuído para o agudizar da situação, pois este é um peixe que “é um isco de excelência e que abunda nas nossas águas nos tempos que correm, segundo o que é relatado pelos pescadores”.
De acordo com a DORLEI do PCP, este problema veio “agravar a situação já muito penalizada pela escalada dos preços dos combustíveis”.
Para o PCP do distrito, o Governo, “em estreita articulação com as organizações representativas do setor”, deve encontrar “rapidamente soluções” para o problema.