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Covid-19

Covid-19: Uma centena de profissionais do Centro Hospitalar de Leiria em isolamento

Limitação de recursos agrava pressão sobre os serviços. Urgências registaram ontem novo pico de atendimentos, 40% dos quais “não urgentes”

sinalética covid no chão

Uma centena de profissionais do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), entre os quais 20 médicos especialistas e 50 enfermeiros que integram o quadro, encontrava-se hoje em isolamento por terem testado positivo à Covid-19 ou terem tido contacto com alguém infetado.

A informação foi avançada esta tarde pelo presidente do conselho de administração do CHL, durante a apresentação da campanha de sensibilização “Urgências Só Urgentes”, que visa apelar aos utentes para recorrerem às urgências apenas quando for o caso. Uma iniciativa conjunta do CHL, da Câmara Municipal e do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Litoral (ACeS PL).

Licínio Carvalho sublinhou a elevada afluência registada nos últimos dias no serviço de Urgência do Hospital de Santo André (HSA), tendo sido ontem, quarta-feira, contabilizados 367 atendimentos.

“Ontem, dia 2, tivemos um dos piores dias do ano. Tivemos 367 pessoas na Urgência, 106 das quais na urgência respiratória”, frisou, destacando o facto de 50% destes casos e 35% dos recursos à urgência geral terem sido considerados “não urgentes”.

O impacto da ausência de 103 profissionais devido à pandemia é neste contexto significativo na gestão dos seis serviços de urgência, dos hospitais de Leiria, de Pombal e de Alcobaça, que integram o CHL. Salientando a “sobrecarga” a que têm sido sujeitos os profissionais, Licínio Carvalho salientou o facto de não estarem contabilizados neste total os prestadores de serviço que se encontram em isolamento, que “contribuem muito para o nosso trabalho e também estão a passar por esse quadro de restrição”.

“Os nossos profissionais de saúde são pessoas que correm mais riscos do que o comum dos mortais e naturalmente também são infetados e têm que ficar em isolamento, e isso acaba por ser mais um desafio e mais uma dificuldade”, acrescentou, assumindo que estas faltas conjugadas com a lacuna de recursos humanos e com a afluência “elevada” de “falsas urgências” têm complicado a resposta aos utentes que se dirigem, sobretudo, ao serviço de urgência do HSA.

“Neste momento, temos muita pressão e uma grande sobrecarga sobre os serviços, não apenas de doentes Covid como de doentes não Covid”, frisou o responsável, destacando a necessidade de uma maior consciencialização dos utentes e um recurso mais criterioso dos serviços de urgência ao longo do ano, em particular no atual contexto de pandemia e de restrição de recursos.

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