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Sociedade

Distritais do PSD reúnem-se em Leiria à procura de consensos antes do Conselho Nacional

Encontro está marcado para quinta-feira e servirá para “conversar” e tentar “consensualizar” uma posição antes do Conselho Nacional que se realiza no sábado, em Barcelos.

foto de um púlpito do PSD vazio

Vários presidentes de distritais do PSD vão reunir-se na quinta-feira, em Leiria, num jantar que servirá para “conversar” e tentar “consensualizar” uma posição antes do Conselho Nacional que se realiza no sábado, em Barcelos (Braga).

O encontro, cuja data e local foi avançado na segunda-feira à noite pela CNN, foi hoje confirmado por várias fontes à Lusa, com alguns dirigentes distritais a preferirem classificar o jantar como “uma conversa” e outros a defenderem que deve sair da reunião pelo menos uma recomendação ao Conselho Nacional de um “período temporal” para a realização das diretas e do Congresso.

Paulo Leitão, presidente do PSD de Coimbra, foi um dos que defendeu à Lusa que as distritais devem fazer essa “recomendação” de baliza temporal, de forma “o mais consensual possível”, para que o partido possa fixar os calendários internos e passar a temas mais importantes para o futuro do PSD.

“Tendo o dr. Rui Rio anunciado que pretende sair, esta mudança deve ocorrer o mais rapidamente possível”, afirmou Paulo Leitão, tal como já tinha defendido após as eleições legislativas.

Na mesma linha, o presidente da distrital de Santarém, João Moura, disse à Lusa que espera que saia da reunião uma proposta ao Conselho Nacional de calendário interno, uma vez que a direção já disse que não iria levar datas à reunião.

“Alguém tem de tomar a iniciativa, uma vez que se deixou esse vazio. Acho que os presidentes das distritais podem, como órgão intermédio do partido e que estão em plenas funções, ter uma palavra a dizer”, afirmou.

Sobre os timings, João Moura salientou “não há uma sangria desatada” para substituir o atual presidente Rui Rio, mas defendeu que haja “bom senso”, e recusou que o partido possa realizar Congressos estatutários ou de reflexão neste momento.

Um Congresso extraordinário prévio às diretas é precisamente a proposta do presidente da distrital de Faro, Cristóvão Norte, que a deverá formalizar no Conselho Nacional de sábado, e que hoje se escusou a prestar declarações.

Questionados pela Lusa sobre o encontro de quinta-feira, os líderes das distritais do Porto e de Braga mostraram-se cautelosos.

Alberto Machado, do PSD/Porto, disse que ainda não podia confirmar a sua presença em Leiria, até por desconhecer a ordem de trabalhos do encontro, razão também invocada por Paulo Cunha.

O líder da distrital de Braga salientou que é habitual as distritais reunirem-se periodicamente, até por iniciativa da direção, considerando que “fará sentido” que se mantenham esse tipo de encontros.

“Mas só depois de conhecer a agenda da reunião é que Braga decidirá se está ou não presente”, afirmou.

O presidente da distrital de Viseu, Pedro Alves, apontado como promotor do encontro, não se mostrou disponível, até ao momento, a falar sobre este tema.

O Conselho Nacional do PSD poderá estabelecer no sábado um calendário para eleições diretas e Congresso ou apenas uma baliza temporal, remetendo para outra reunião a aprovação do processo, com a formulação da ordem de trabalhos da reunião a falar apenas em “decisão sobre processo eleitoral para os órgãos nacionais do partido”.

No início de fevereiro, no final da reunião da Comissão Política Nacional do PSD, Rui Rio confirmou que irá deixar a presidência do partido na sequência dos resultados das legislativas e remeteu para o Conselho Nacional a marcação da data das próximas diretas, manifestando vontade de sair, no máximo, até ao início de julho.

“Acho que o razoável é o partido resolver este assunto no primeiro semestre, até ao início de julho. Se quiserem antecipar ainda mais pode-se antecipar ainda mais”, afirmou Rui Rio, nessa ocasião.

Fonte da direção esclareceu nessa altura que a direção não iria levar qualquer proposta de calendário à reunião de Barcelos, mas que outros conselheiros poderiam fazê-lo.

Por enquanto, ainda não há nenhum candidato assumido à liderança do PSD, com o ex-líder parlamentar Luís Montenegro a ser o nome mais apontado, quer por apoiantes próximos como Hugo Soares – que disse que o antigo candidato à liderança “estaria a fazer uma reflexão pessoal” -, quer até pelo vice-presidente do PSD Salvador Malheiro, que o classificou como um dos que reúne “melhores condições” para vir a presidir ao PSD.

De acordo com os resultados provisórios das legislativas de 30 de janeiro, o PSD conseguiu 27,8% dos votos e 73 deputados sozinho, subindo para 78 deputados e cerca de 29% do total dos votos somando os valores obtidos nas coligações de que fez parte na Madeira e dos Açores.

O PSD fica a um deputado dos 79 conseguidos em 2019 e a mais de 13 pontos percentuais do PS, que obteve a segunda maioria absoluta da sua história.

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