A Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Alcobaça recebeu 300 doentes no primeiro ano de funcionamento e pretende alargar o serviço com a criação de uma equipa de assistência no domicílio, anunciou o Centro Hospitalar de Leiria.
“O terceiro patamar do Serviço de Cuidados Paliativos”, a criação de uma equipa comunitária de suporte em cuidados paliativos foi “aprovada pelo Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar de Leiria (CHL)”, anunciou o seu presidente, Licínio de Carvalho, na sessão comemorativa do primeiro aniversário da Unidade de Internamento de Cuidados Paliativos (UICP) no Hospital de Alcobaça Bernardino Lopes de Oliveira (HABLO).
Na sessão, realizada na terça-feira, Licínio de Carvalho sublinhou que o serviço, que abriu portas no dia 15 de março de 2021, no Hospital de Alcobaça, se traduziu num ganho em “dignidade assistencial a doentes altamente vulneráveis, que passaram a ter uma assistência multidisciplinar, com elevada preparação técnica e grande sensibilidade para a humanização dos cuidados”.
O serviço, que tem como lema “Vida até ao fim”, previa inicialmente tratar 250 doentes por ano, “objetivo claramente atingido e ultrapassado”, afirmou o presidente do CA, num balanço da atividade da unidade, que no primeiro ano de atividade internou 300 doentes nas 12 camas disponíveis.
No primeiro ano de atividade, a Equipa Intra-hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos realizou mais de 6.300 consultas e “mais do que triplicou as sessões de hospital de dia, chegando a 1.810 sessões no ano de 2021”, disse ainda o administrador.
A Unidade de Internamento de Cuidados Paliativos preencheu “uma lacuna assistencial que o Serviço Nacional de Saúde tinha nesta região e neste distrito”, acrescentou Licínio de Carvalho citado numa nota de imprensa na qual sublinha que a estratégia do CHL “é de crescimento, mas também de diferenciação em novos serviços, novas valências, novas unidades e, por isso, novas formas de fazer chegar aos utentes os serviços de que necessitam”.
O trabalho desenvolvido pela unidade foi também destacado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Sales, que na sessão enalteceu “a dedicação, empenho e coragem” da equipa que considera “fazer a diferença”, lidando “diariamente com o sofrimento, com o fim de vida”.
Os cuidados paliativos “implicam um olhar com redobrada atenção por cada doente, por parte de cada profissional de saúde”, sublinhou o secretário de Estado, defendendo que o Governo terá de olhar também com “redobrada atenção” para a área dos recursos humanos.
Aludindo ao crescimento da rede de cuidados paliativos, o governante precisou que o país conta atualmente com 409 camas (110 na zona norte, 116 na zona centro, 135 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 30 no Alentejo e 18 no Algarve) e que 250 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência serão destinados a este setor.
A UICP conta com 12 camas, distribuídas por 10 quartos, espaços de trabalho para os profissionais, sala de tratamentos, zona de limpos e sujos, refeitório e sala de convívio e de atividades.
O projeto de criação da UICP no CHL teve um investimento de cerca de 680 mil euros, cofinanciado em 156.825 mil euros no âmbito do Programa Portugal 2020 e em 75 mil euros pela Câmara Municipal de Alcobaça.