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SOS Ucrânia

Emoções, abraços e sentido de missão cumprida na chegada do casal leiriense a Varsóvia

Um autocarro com 45 refugiados ucranianos está já em viagem de regresso a Portugal.

Quarenta e cinco refugiados ucranianos, entre muitas mulheres e crianças, estão já a caminho da Ericeira, no autocarro da Caravana Humanitária Pedro Almeida

Ana Ferreira e Pedro Almeida, que integram a Caravana Humanitária, que partiu na passada quarta-feira rumo à Polónia, para recolher refugiados ucranianos, chegaram ontem à noite à Central de Varsóvia.

Depois de vários contratempos durante a viagem, nomeadamente avarias, estavam ainda reservados momentos de fortes emoções para aquela noite. Um desses episódios foi o primeiro contacto de Ana com a família que lhe tinha sido atribuída: entre o processo de check-in das pessoas que estavam na lista, Ana avistou uma bandeira de Portugal nos ombros de um menino. Compreendeu logo que podia ser aquela a família com quem tinha contactado.

Para seu grande espanto, a progenitora que estava com o menino disse que “é ucraniana, que já vive em Portugal há dez anos e que tinha vindo à Ucrânia no seu carro pessoal para ir buscar a família. Já estavam todos ali mas aguardavam por uma caravana humanitária que vem de Portugal para os vir buscar”, conta ao REGIÃO DE LEIRIA.

Maior foi a surpresa quando a mãe do menino disse a Ana que tinha o mesmo nome e vivia igualmente em Leiria, há dez anos. “Eles tinham um carro de cinco lugares, que não dava para levar a família toda. Então contactaram a caravana para os levar”, explica.

Toda a noite foi “muito emotiva”, assume, mas tentaram tratar das coisas com calma, “sem ser nenhuma festa”. A pequena formação que receberam a nível emocional para saber lidar com a situação ajudou a tentar controlar as emoções e gerir todo o processo, confessa.

Um dos momentos mais difíceis para Ana, conta, foi quando a progenitora da família que ia recolher lhe deu um abraço mal a viu, e a reação da filha dela, que “fez logo questão de me dar a mão, perguntou de que cor era o meu carro”.

Durante esta madrugada, o autocarro chegou e arrancou com 45 refugiados, a família sinalizada por Ana incluída.

Em Varsóvia ficaram o casal leiriense e outros voluntários para recolher mais 12 pessoas, na cidade de Lublin e na fronteira com a Ucrânia, que já estavam identificadas e não conseguiram chegar ao ponto de encontro, adianta.

Além dos ucranianos que já estão de regresso a Portugal e têm como destino final Ericeira, ficaram hospedados num hotel na capital da Polónia mais 35 refugiados, que apareceram no “momento de embarque”, mas que já não cabiam no autocarro. Estes ucranianos vão ser recolhidos na próxima quarta-feira, dia em que chega outro autocarro, avança Ana.

Já Ana, Pedro e os outros voluntários partem hoje ao final da noite rumo à Ericeira, fazendo ainda mais algumas paragens no caminho para dormitar e “apanhar uma mãe e um filho”, que estão a 300km de Varsóvia.

Quanto à restante comitiva desta Caravana que seguiu para Bucareste, na Roménia, ainda não chegou ao destino.

Apesar de toda a situação, Ana diz que o povo ucraniano está calmo e “não está em pânico”, nem se sente inseguro “perto de nós”.

Por agora, o casal leiriense está focado em que a missão termine bem, mas sabe que ainda “há muitas pessoas” à espera de socorro da guerra.

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