O Estádio Municipal foi o local escolhido para a assinatura de um protocolo entre a Câmara de Leiria, a AMITEI – Associação de Solidariedade Social de Marrazes e a Secil, que formaliza o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no acolhimento de refugiados.
De acordo com a vice-presidente do Instituto da Segurança Social (ISS), Catarina Marcelino, o ISS e o Alto Comissariado para as Migrações criaram “uma mini rede no país com cerca de 10 respostas que garantem, em espaços de acolhimento coletivo, resposta a 500 pessoas”.
Com a assinatura deste protocolo, Leiria passa a integrar esta rede com uma resposta que permite dar apoio a 70 pessoas.
Este trabalho conjunto “prevê cama, comida, roupa lavada – uma expressão bem portuguesa – e apoio social” para as pessoas que saem da Ucrânia devido à guerra.
Catarina Marcelino explica que, assim, “as pessoas que chegam e que, por uma razão ou por outra, não têm uma resposta imediata [como a casa de familiares], têm para onde ir”.
“Nós financiamos 600 euros por pessoa para garantir que a AMITEI tem condições para oferecer esta resposta tendo por base o alojamento que a Câmara de Leiria, a Secil e o Seminário Diocesano disponibilizam”, acrescentou Catarina Marcelino.
O passo seguinte será a integração dos deslocados no mercado de trabalho, tarefa que está a ser desenvolvida em conjunto com o Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Na cerimónia, Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria, afirmou que “mais importante do que os equipamentos disponíveis é o trabalho que tem de se fazer de integração desta população”.
“Leiria assume a sua disponibilidade com um conjunto de instituições que abraçam este desígnio de saber acolher e onde o trabalho, não só das autarquias, mas também das empresas, escolas, segurança social, hospitais, centro de saúde são muito importantes nesta estratégia de criar uma rede de apoio”, completou.
O presidente da AMITEI, Fernando Vendeirinho, adiantou que foi “constituída uma equipa para operar no local de acolhimento e a logística necessária ao fornecimento diário de produtos alimentares e de refeições diárias”.
Foi também criada uma equipa técnica para apoio e acompanhamento, composta por uma educadora social e um psicólogo.
A AMITEI demonstrou a disponibilidade no “reforço da equipa se assim as entidades públicas o entenderem”.
Em simultâneo, a AMITEI assinou ainda um protocolo com a Segurança Social.
O Seminário Diocesano, que também integra o protocolo, não esteve representado fisicamente, pelo que esta formalização não aconteceu nesta cerimónia.
À margem da cerimónia, Ana Valentim, vereadora da Ação Social, adiantou ao REGIÃO DE LEIRIA que o estádio já atingiu a lotação máxima, com o acolhimento de 54 pessoas.
No bairro da cimenteira Secil, na Maceira, estão 18 pessoas, havendo ainda “uma ou duas vagas”.
“No seminário temos capacidade para 15 pessoas, o que falta é equipar em termos de mobiliário”, avançou a vereadora que prevê que no decorrer desta semana o espaço já tenha condições para acolher famílias.
Na passada semana, também a Confraria de Nossa Senhora da Nazaré assinou este protocolo com a Segurança Social. Entre as instalações do Centro Comunitário e do Hospital do Sítio, há camas para 26 refugiados.
Com Carolina Santos