A ex-vice-presidente do partido Reagir Incluir Reciclar (RIR), Márcia Henriques, foi eleita ontem à noite, líder do partido, num congresso extraordinário convocado após a demissão da anterior direção, liderada por Vitorino Silva “Tino”.
A advogada é natural de Peniche e foi vice-presidente do partido e porta-voz nos últimos anos. Em 2019 foi cabeça-de-lista nas eleições legislativas, pelo círculo de Leiria.
Segundo a nova presidente do RIR indicou à agência Lusa, “não havia mais nenhuma lista” concorrente aos órgãos, pelo que o desfecho da reunião magna “acabou por ser pacífico”.
Os novos órgãos do RIR (Direção Política Nacional, Assembleia Geral e Conselho Jurisdicional) foram eleitos com 42 votos a favor, dois brancos e um nulo no III Congresso Nacional do partido, que decorreu em Lisboa.
Márcia Henriques explicou que o congresso extraordinário surge no decorrer dos resultados do partido nas eleições legislativas de janeiro, nas quais “os objetivos não foram atingidos”, o que levou os membros da direção a considerarem que era tempo de “passar a pasta”.
“Pedimos a marcação do congresso ao presidente da mesa, que não aceitava a justificação que tínhamos para o convocar e acabámos por colocar os lugares à disposição”, explicou a dirigente, afirmando que também Vitorino Silva, conhecido como ‘Tino de Rans’, fundador e até agora líder do partido, “apresentou a demissão para se conseguir fazer o congresso eletivo”.
Como o mandato é de quatro anos, este congresso aconteceu a meio do mandato da anterior direção, que tinha ainda mais dois anos pela frente.
A nova líder considerou que se trata de “uma passagem de testemunho” e adiantou que Vitorino Silva “continua na mesa da Assembleia Geral e continuará ativo” no partido.
Márcia Henriques indicou que a “direção neste momento tem 15 elementos efetivos”, entre “presidente, três ‘vices’, responsável financeiro, secretário e vogais” e apenas quatro pessoas transitam da anterior.
Os vice-presidentes são Paulo Pereira, Diogo Reis e Preciosa Baptista.
Os objetivos da nova liderança do RIR passam por “tentar aliar a mensagem que o Tino conseguiu construir a um discurso mais político”, indicou a presidente, justificando que o anterior líder “muitas vezes não era compreendido nas parábolas” que usava e que o partido necessita de “uma mensagem mais estruturada, mais forte, mais direta para que as pessoas entendam”.
Márcia Henriques quer também que o RIR deixe de ser conhecido como o “partido do Tino, para ser o Reagir, Incluir, Reciclar” e dar “a conhecer mais pessoas” do partido.
O RIR foi inscrito oficialmente no Tribunal Constitucional em 30 de maio de 2019 e é o segundo partido político mais recente.
Nas eleições legislativas de 2022 conseguiu 23.232 votos (0,42%), segundo os dados disponibilizados pela secretaria-geral do Ministério da Administração Interna.
Com Lusa