A Câmara de Peniche vai concessionar, a partir de junho, o parque municipal de campismo e caravanismo à empresa Vale Paraíso Empreendimentos Turísticos, durante 25 anos.
Questionado pela Lusa, o município esclareceu que a empresa Vale Paraíso Empreendimentos Turísticos, gestora da marca Ohai Outdoor Resorts e concessionária de outro parque na Nazaré, foi a única a concorrer ao concurso público lançado em janeiro para concessionar o parque.
As duas entidades confirmaram à Lusa que a concessão se inicia em junho.
A concessionária vai pagar por ano à autarquia 750 mil euros, divididos por quatro prestações, adiantou o município.
Sem revelar valores do investimento e o projeto, alegando que se encontra em fase de aprovação na câmara municipal, o promotor revelou que é “ambicioso” e “visa requalificar o parque de campismo para um espaço especializado em turismo de qualidade, com infraestruturas que respeitam a natureza e que permitam a sua fruição o ano inteiro, com uma grande intervenção na área paisagística com a plantação de árvores, plantas e vegetação, dinamização e valorização da economia local”.
De acordo com o município, o investimento é superior a 22 milhões de euros (ME), 6 ME no parque aquático e 16 ME no parque de campismo, nos próximos seis anos, transformando-o num “parque de excelência”.
No futuro, vai ter zonas para caravanas e autocaravanas, áreas de alojamento com ‘glampings, domes e mobiles’, enquanto o parque aquático vai dispor de piscinas interiores e exteriores, ‘tobogans’, estação de bicicletas e de ‘surf’, zona infantil e campos de padel.
Vão ainda existir parques de futebol e de salto, bem como zona de sauna, jacuzzi e SPA.
Com a requalificação integral do parque, o promotor pretende reforçar os serviços hoje existentes, dispondo de condições para praticantes de ‘surf’ e de ciclismo, e desenvolver atividades de animação para todas as idades.
Os atuais funcionários vão manter-se em funções, passando todas as suas obrigações para a empresa, com a qual vão trabalhar a título experimental durante um ano, mediante licença sem vencimento do município, e depois terão de decidir a que quadro de pessoal querem pertencer.
Vários utentes queixaram-se que, de modo informal, têm sido informados pelos funcionários de que terão de retirar as rulotes até final de setembro, alegadamente por causa das obras, mas promotor e município não confirmaram.
O promotor não respondeu, alegando que só em junho assume a gestão do parque, enquanto o município esclareceu que “a decisão sobre a retirada dos equipamentos para a realização de obras, respetivas condições e nova alocação dos espaços caberá ao arrendatário, sendo que a movimentação dos equipamentos é da responsabilidade de cada proprietário”.
“Caberá ao investidor determinar se o período de realização de tais obras implicará o encerramento parcial ou total do parque e a saída ou deslocação de caravanistas”, acrescentou.
O município decidiu concessionar o parque a privados por não conseguir efetuar melhorias, calculadas em 4,5 ME, depois de problemas que levaram a Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica a encerrá-lo há vários anos, de forma temporária.
Implantado numa área de 12,6 hectares de terreno à entrada da cidade e com capacidade para duas mil pessoas, o parque de campismo teve 34 mil utentes em 2019, sendo 25 mil nacionais e 9.221 estrangeiros, oriundos da Alemanha, Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, França, Holanda, Itália e Reino Unido.
O espaço aumentou em 11% as suas receitas entre 2016 e 2019, ano em que obteve um volume de negócios de 648 mil euros.