Animador a solo, músico de banda, produtor de eventos e especialista em agenciamento. Licínio Ferraria, da Mendiga, Porto de Mós, dedicou três décadas à música a tempo inteiro – ou até mais, porque “foram de dia e de noite”, graceja. Na música faz de tudo, mas a pandemia alterou-lhe a vida para sempre. “Senti necessidade de me fechar num sítio onde não estivesse sob pressão, com o telemóvel a tocar todos os dias a desmarcar…”. Dedicou-se ao negócio familiar, numa pedreira. “Tenho de trabalhar no duro, tenho família. Viver só da música não era fácil”. Reequilibrou-se sem música e ainda ajudou três colegas da área, empregando-os no negócio da pedra.
Agora, com as festas, o telemóvel volta a tocar por causa da música. “Mas para mim só voltará a ser a full-time no verão, no inverno vai ser part-time”. Porque “arriscar a viver de uma arte em Portugal é um ato de grande coragem”, pela insegurança e falta de proteção social que sentiu na pele.
Vidas de música que a pandemia mudou para sempre