A “bazuca europeia” vai financiar os projetos de três consórcios liderados por empresas com sede na região de Leiria, que preveem investir no total 285,1 milhões de euros, no âmbito das Agendas para a Inovação Empresarial do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
As empresas Erofio, Vangest e Solancis viram aprovadas as propostas que apresentaram ao maior concurso de sempre da história dos fundos europeus, num conjunto de 51 a nível nacional, como revelou na sexta-feira, dia 17, a Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI).
Estes consórcios – apurados entre 64 finalistas – comprometem-se a colocar no mercado, até 2026, produtos e serviços inovadores. Houve 13 candidaturas com parecer “não favorável”, incluindo duas lideradas por empresas com sede no distrito de Leiria.
No conjunto, os vencedores representam um investimento de 7,6 mil milhões de euros, cabendo a maior fatia à Petrogal, como um projeto para baterias (914 milhões de euros) e outro para hidrogénio (579 milhões), surgindo em terceiro lugar a Prio Bio (492 milhões de euros).
O maior consórcio liderado pela Petrogal compromete-se a investir na criação de uma cadeia de valor das baterias para tornar Portugal no quinto maior produtor mundial de lítio e o primeiro país da Europa a operar uma refinaria para o seu processamento.
Quanto aos consórcios da região, o que apresenta maior investimento – 124 milhões de euros – é liderado pela Vangest, designa-se “Embalagens do futuro” e envolve 89 copromotores das regiões norte, centro e Alentejo.
A intenção é produzir e comercializar, à escala global, soluções de embalagem mais ecológicas, mais digitais e mais inclusivas, que se materializem em, pelo menos, 20 novos produtos e serviços” resultantes de atividades de Investigação & Desenvolvimento.
E propõem-se ainda a criar “mais de uma dezena de novas linhas produtivas que combinam tecnologias inovadoras para a produção de embalagens sustentáveis e novos processos a adotar na cadeia de valor do sector das embalagens, desde as matérias primas, design de produto engenharia, moldes e ferramentas, processamento e fabrico, sistemas de informação e transição digital, marketing social, recolha e reciclagem”.
O projeto liderado pela Erofio, que prevê um investimento de 97,2 milhões de euros, traduz-se num programa mobilizador de inovação em fabricação aditiva e envolve 78 parceiros, entre empresas de diferentes sectores de atividade e entidades do sistema científico nacional.
A ideia “visa o desenvolvimento em áreas de intervenção que incluem: novos materiais, processos avançados de fabricação aditiva, de pós-produção, automação avançada e software de controlo, novos produtos, formação e capacitação de recursos humanos”.
Esta agenda “é composta por um número alargado de 26 projetos. De cada um deles sairão sistemas de fabrico aditivo inovadores ou novos produtos baseados no fabrico aditivo. Está previsto originar 15 novos sistemas (o equipamento de fabrico aditivo, com o respetivo material, para diferentes aplicações).
No caso da agenda mobilizadora “Sustainable Stone by Portugal”, liderada pela Solancis, que envolve 53 copromotores e 63,9 milhões de euros, tem como principal objetivo “potenciar o relevante trabalho mobilizador e agregador que tem sido realizado no contexto do sector da pedra natural, para a criação de uma nova geração de produtos e processos produtivos, fortemente disruptivos e inovadores”.
A iniciativa “pretende desenvolver e implementar um novo ecossistema de especialização, com projeção internacional, que permita a valorização eficaz do conhecimento tecnológico, concretizando os processos industriais necessários para uma transição digital e sustentável, usando, de igual forma, novos produtos, tecnologias e técnicas com um cariz marcadamente sustentável”.