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Cultura

Festival Novo Ventos anuncia maior edição de sempre com 32 espetáculos em Leiria

Para esta edição, quase 500 pessoas de 26 associações vão criar 20 peças originais, inspiradas nas realidades das localidades nas quais se instala o festival, casos de Marrazes, Monte Redondo, Arrabal e Cortes.

Leirena Teatro

Trinta e dois espetáculos vão chegar a quatro freguesias do concelho de Leiria de 17 de junho a 10 de julho, na “maior edição de sempre” do festival de teatro comunitário Novos Ventos, disse o diretor do evento.

Organizado pela companhia Leirena Teatro, Novos Ventos aposta no forte envolvimento das comunidades com que trabalha, “o lado mais bonito do festival”, sublinhou Frédéric da Cruz Pires.

“A participação da população e de todas as famílias e amigos que vão assistir aos espetáculos comunitários é algo único”.

Para esta edição, quase 500 pessoas de 26 associações – desde escolas, lares, filarmónicas, grupos de escuteiros, clubes desportivos a ranchos – vão criar 20 peças originais, inspiradas nas realidades das localidades nas quais se instala o festival, casos de Marrazes, Monte Redondo, Arrabal e Cortes. 

“Queremos que chegue a todos e para isso tem de haver democracia cultural. E essa democracia é horizontal, especialmente nas residências comunitárias: há um encenador nosso que está com um grupo durante uma semana e que cria um espetáculo com as pessoas, com o que vão propondo. Daí nasce o espetáculo”, explicou o diretor do festival.

A essas duas dezenas de espetáculos, somam-se peças de companhias profissionais e criações realizadas em residências artísticas, que acontecem em Leiria através de bolsas atribuídas pelo Leirena a alunos, neste caso da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, do Porto, e do Instituto Nacional de Artes do Circo, de Famalicão.

Tudo isto faz com que esta seja “a maior edição de sempre” em número de apresentações, espalhadas por quatro fins de semana com três dias de espetáculos em cada freguesia.

Num festival comunitário que “se está sempre a autoavaliar e a evoluir”, este ano uma das marcas da programação é a forte componente de circo contemporâneo, antecipou Frédéric da Cruz Pires.

“Vamos ter muito novo circo, muito teatro sem texto, físico, teatro do gesto, porque o nosso objetivo é o de que o festival seja cada vez mais acessível. E o circo surpreende e é muito transversal: chega a crianças, jovens e adultos”. 

O festival realiza-se todo ao ar livre e arranca em 17 de junho com “Globo de Saramago – 1993”, do Leirena, na Mata dos Marrazes. No dia 19, Alvin Hoe e Diego Lima estreiam “ii”, produzido em residência artística, e a companhia Baal 17, de Serpa, mostra “Passadeira vermelha”.

Em Monte Redondo, numa pequena floresta, Eline Nijboer, Manuela Villela e Corey Leighton estreiam “Descontínuo”, no dia 24, enquanto La Gata Japonesa, de Espanha, revela “Los viages de Bowa”.

Em 26 de junho, o Chapitô interpreta na aldeia “Napoleão ou o complexo de Édipo”.

“Yãna”, criação de Josh & Cloe para o festival, é revelada em 01 de julho no Centro de Artes do Arrabal, onde a Cães do Mar, de Angra do Heroísmo, apresenta “Padi & Balbina”, no dia seguinte.

Ao mesmo palco, a Compañia D’Click, de Espanha, leva “Latas”, no dia 03 de julho.

No exterior da Casa-Museu João Soares, nas Cortes, em 08 de julho, há “Vai ser até difícil habitar amanhã”, obra original que Victor Rigonatti e Margarida Franco desenvolveram em Leiria.

Na mesma aldeia, mas na Quinta da Cerca, o Asta Teatro interpreta “Máquina de encarnar”, no dia 09 de julho, fechando o festival, em 10 de julho, com uma versão inclusiva de “Globo de Saramago – 1993”, que incluirá língua gestual portuguesa e audiodescrição.

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