A berma da estrada não é o local apropriado e seguro para um cágado. Mas foi aí que elementos do Núcleo de Proteção Ambiental de Leiria encontraram um cágado-mediterrânico.
Foi na última quinta-feira, dia 23, revela a GNR. O cágado foi encontrado no concelho de Leiria, na berma da Estrada Nacional 109-9, em Coimbrão.
A nota da GNR não esclarece se o Cágado-mediterrânico (𝘮𝘢𝘶𝘳𝘦𝘮𝘺𝘴 𝘭𝘦𝘱𝘳𝘰𝘴𝘢) encontrado teria sido abandonado por alguém no local ou se, simplesmente, se teria desviado perigosamente do seu habitat natural.
O certo é que esses são dois dos cenários possíveis. É que esta é uma das duas espécies de cágado que ocorrem em Portugal e que são autóctones. Mas a captura ilegal é um problema relevante.
“A captura ilegal de animais desta espécie é um dos fatores que pode ameaçar algumas das suas populações. Com efeito, são capturados para serem vendidos como animais de estimação ou são capturados acidentalmente nas redes de pesca, acabando por morrer por afogamento, ou recolhidos por pessoas que os mantêm em cativeiro ilegalmente”, refere nota da GNR.
Esta espécie enfrenta ainda a crescente competição de espécies exóticas que são introduzidas entre nós. Este é um fator que ameaça os cágados: “a introdução de espécies exóticas, nomeadamente da tartaruga-verde (𝘛𝘳𝘢𝘤𝘩𝘦𝘮𝘺𝘴 𝘴𝘤𝘳𝘪𝘱𝘵𝘢) e tartaruga-da-Flórida (𝘛𝘳𝘢𝘤𝘩𝘦𝘮𝘺𝘴 𝘴𝘤𝘳𝘪𝘱𝘵𝘢 𝘦𝘭𝘦𝘨𝘢𝘯𝘴) que têm maior crescimento e são mais agressivas e oportunistas, competindo com o cágado-mediterrânico pelos recursos”, aponta a GNR.
A captura ilegal é outro problema relevante. “A captura ilegal de animais desta espécie é um dos fatores que pode ameaçar algumas das suas populações.
Com efeito, são capturados para serem vendidos como animais de estimação ou são capturados acidentalmente nas redes de pesca, acabando por morrer por afogamento, ou recolhidos por pessoas que os mantêm em cativeiro ilegalmente”, reforça a GNR.
Este cágado, “fiscalizado” na última quinta-feira pela GNR, escapou, pelo menos para já, a estes perigos. Foi transportado para “casa”, isto é, para o seu habitat natural. No caso, os elementos do Núcleo de Proteção Ambiental de Leiria devolveram o animal ao seu habitat natural, “junto de uma linha de água, efluente do rio Lis, na localidade de Coimbrão”.