Cerca de três centenas e meia de pessoas juntam esforços, dotes e inspiração na 7ª edição do Festival de Teatro Comunitário Novos Ventos, que a partir deste fim de semana chega às freguesias de Marrazes, Monte Redondo, Arrabal e Cortes. O evento organizado pelo Leirena Teatro oferece dezenas de espetáculos ao concelho de Leiria partir de amanhã, dia 17, até 10 de julho.
Ao longo das quatro semanas serão dinamizadas 32 peças de teatro, 12 representadas por grupos de teatro profissionais nacionais e estrangeiros. As restantes 20 nascem do envolvimento das comunidades locais.
Para Frédéric da Cruz Pires, diretor da companhia de teatro de Leiria, um dos principais objetivos do festival é “manter a literacia e o acesso à cultura”, levando teatro ao meio rural e envolvendo a população num encontro intergeracional. A procura por um ambiente que envolva o contacto com a natureza leva Novos Ventos até espaços como a Mata dos Marrazes, o pinhal junto ao Museu do Casal de Monte Redondo, o Centro de Artes do Arrabal e, nas Cortes, à Casa-Museu João Soares e Quinta da Cerca.
O festival arranca nos Marrazes, dia 17, com “Globo de Saramago – 1993”, do Leirena. No dia 19, estreiam ao início da tarde os cinco espetáculos realizados pelo Agrupamento de Escolas de Marrazes, AMITEI, Escola de Música da Filarmónica de S. Tiago de Marrazes, Lar Emanuel e Redes na Quinta, e também “ii”, criado no âmbito da residência artística de Alvin Hoe e Diego Lima, do INAC – Instituto Nacional de Artes do Circo. À noite é apresentado “Passadeira vermelha”, da companhia Baal 17.
Novos Ventos segue para Monte Redondo entre 24 e 26 de junho, com a companhia La Gata Japonesa, de Madrid, que apresenta a história de uma rapariga que viaja pelo mundo, guiada por mensagens de garrafas atiradas ao mar, e o Chapitô, com “Napoleão ou o complexo de Édipo”.
Ao Arrabal, em julho, a açoriana Cães do Mar leva “Padi & Balbina”. De Espanha chega “Latas, da Compañia D’Click.
A última semana de festival, nas Cortes, conta com o Asta Teatro, da Covilhã, numa peça que descodifica a relação entre o ser humano e o teatro. Novos Ventos encerra com “Globo de Saramago – 1993”, em versão com audiodescrição e língua gestual portuguesa, em parceria com o Centro de Reabilitação e Integração de Deficientes (CRID), antecipando a aposta do Leirena para as próximas temporadas.