Várias adaptações já foram feitas ao emblemático texto “A voz humana” de Jean Cocteau, mas a proposta do Teatro do Eléctrico, de Lisboa, que encerra o festival Sinopse esta quinta-feira, dia 30, é diferente e inovadora, porque junta uma componente musical ao teatro.
Uma atriz, um microfone, um tripé e guitarras distorcidas, como num concerto de rock. É assim neste monólogo de uma mulher que fala ao telefone com o ex-amante, que no dia seguinte se irá casar com outra mulher, lê-se na sinopse do espetáculo.
Patrícia Andrade, atriz e cantora que dá voz e corpo ao monólogo, caracteriza a peça como “uma viagem ao interior desta mulher que foi abandonada e está ao telefone com o ex-amante. “São os últimos momentos do términus de uma relação”.
Segundo a atriz, a ideia para esta criação surgiu da vontade de inserir o universo musical no texto de Jean Cocteau, uma vez que além de atriz também é vocalista da banda Sinistro. E a partir daí, todos os aspetos foram pensados com isso em mente, explica, frisando que a música (partilhada com Fernando Matias) e o canto acabam por servir para “reforçar o texto e o estado emocional da personagem”, que “fala, grita, chora, geme, sussurra e esvai-se”, adianta a sinopse do espetáculo.
“A voz humana”, encenada por David Pereira Bastos e Patrícia Andrade numa co-produção com o Cine-Teatro Louletano, é apresentado esta quinta-feira, às 21h30, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria. Os bilhetes custam 8 euros e estão disponíveis aqui.
Associado a este espetáculo, existe ainda o podcast “Cartas de Amor”, que funciona como uma “porta de entrada para o universo da peça”. Ao longo dos episódios – três já disponíveis na plataforma SoundCloud – são partilhadas canções e excertos de cartas de amor anónimas, que “integram o processo criativo do espetáculo”, lê-se na página de SoundCloud.
Em cada episódio, há também um convidado especial, que responde a uma pergunta relacionada com amor.