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Pombal

Ministro da Cultura abre Festas do Bodo e leva na bagagem pedido de apoios para vítimas dos fogos

Pedro Adão e Silva presidiu à sessão solene de abertura dos festejos, acompanhou assinatura de protocolo para o combate à desinformação e ouviu apelos do presidente Pedro Pimpão

Ministro da Cultura percorreu a cidade de Pombal para visitar o museu dedicado ao Marquês

A abertura das Festas do Bodo, na tarde desta sexta-feira, em Pombal, foi fiel à lenda que as originou. Os tempos são outros e não se repetiu o pedido de intervenção de Nossa Senhora de Jerusalém para terminar com uma praga de gafanhotos.

Nos Paços de Concelho, no discurso formal de abertura das festas, Pedro Pimpão, o presidente do município de Pombal, apelou antes ao convidado de honra para que use a sua influência junto dos elementos do Governo, para minorar os efeitos do impacto de uma das pragas da atualidade, “filha” da mudança climática: os fogos.

Dirigindo-se a Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura, convidado da sessão de abertura das festas do Bodo, o autarca pediu: “Apelo à sua capacidade de influência, naturalmente, junto dos seus colegas no Governo, para que sejam implementadas, de forma célere, medidas de apoio a esta população que precisa de ajuda urgente. Medidas ágeis, pouco burocráticas, que tenham em consideração a realidade desta população envelhecida e que vive, essencialmente, da economia de subsistência”.

Afinal, dias antes, Pombal tinha experimentado “um dos momentos mais difíceis da nossa vida coletiva, com os incêndios” que, explicou o autarca, consumiram mais de 1.660 hectares.

A prioridade, explicou, deve ser atender as necessidades de aqueles “que perderam tudo ou que perderam parte importante da sua vida, pessoal e profissional”.

“Precisamos, juntos e de braços dados – administração central e administração local -, de dar esperança a estas gentes e promover uma perspetiva de futuro a estas pessoas que esperam do Estado um apoio extraordinário para uma situação extraordinária”, reforçou Pedro Pimpão. O autarca aproveitou ainda para anunciar estar já a ser trabalhado, com o ICNF, “um projeto piloto de reflorestação e recuperação da área ardida”.

O ministro tomou nota dos pedidos, mas centrou o seu discurso na importância da cultura e da sua democratização. Sempre presente, até por estar representado na sala de sessões da autarquia e mesmo por ter sido lembrado nos discursos, o Marquês de Pombal também foi figura inspiradora da sessão solene.

Pedro Adão e Silva não esqueceu a costela centralista do marquês que dirigiu os destinos de Portugal numa generosa parte do século XVIII, mas contrapôs a necessidade de democratização da cultura como factor capaz de esbater assimetrias.

A cultura, até na sua vertente popular, como é o caso das Festas do Bodo, desempenha igualmente esse papel, enalteceu o ministro. As festas são, afinal, “um importante recurso para esta relação de proximidade entre a cultura que se faz no território e aquilo que são as iniciativas que cabem aos ministérios e ao Governo”. São, também “um recurso fundamental de coesão social”, sublinhou.

Mas também neste capítulo, Pedro Adão e Silva recebeu novo pedido de intervenção do outro Pedro, o Pedro anfitrião, líder dos destinos autárquicos nas terras do Marquês. Também aqui, a figura de Sebastião José de Carvalho e Melo foi central no discurso, tal como continua a ser na formação da identidade local.

“Dada a importância da personalidade do Marquês de Pombal e considerando que o espaço do nosso museu começa a ser pequeno para a dimensão da riqueza da sua obra”, explicou Pedro Pimpão, “está na altura de pensarmos – com o apoio e entusiasmo dos serviços do Ministério da Cultura e da Direção Regional da Cultural – em darmos a todo o seu espólio um novo espaço condigno”.

“Lanço-lhe aqui este repto”, reforçou Pedro Pimpão, “para que juntos possamos projetar em Pombal, num futuro próximo, um moderno e inovador museu alusivo ao Marquês de Pombal, tecnologicamente adequado ao século XXI e adequado à dimensão desta figura única na história de Portugal”.

As referências à tecnologia não terminariam aí. A sessão ficou marcada por uma demonstração de um sistema de realidade virtual que permite conhecer e explorar o concelho. A experiência é disponibilizada aos visitantes das Festas do Bodo.

Ainda com recurso à tecnologia disponibilizada pela operadora Nos, as Festas do Bodo vão socorrer-se de uma ferramenta de Analítica de Eventos da NOS, e que permitirá obter informação sobre os visitantes.

Será possível “ter uma caracterização da audiência presente no evento e do seu comportamento, uma análise do impacto do cartaz na afluência de visitantes, e, ainda, uma ideia do impacto” na mobilidade na região.

Esta é uma informação que será tida em conta em futuras edições das festas, anunciou ainda o autarca de Pombal.

Protocolo para combater a desinformação

A tarde de hoje ficou ainda marcada pela assinatura de um protocolo entre o município de Pombal e a Associação Portuguesa de Imprensa (API), visando o combate à desinformação.

A medida tem em vista “a luta contra a desinformação” e prevê “aproximar da leitura das notícias” e “o entendimento de que as notícias fazem parte do que nos rodeia e da compreensão do mundo que todos temos de ajudar a ser melhor”, apontou João Palmeiro, na assinatura do protocolo, que contou com a presença do ministro da Cultura.

O responsável máximo da API manifestou ainda o desejo para que, dentro de um ano, seja possível fazer o balanço desta medida que contará com a participação de diversos jornais, como o REGIÃO DE LEIRIA, jornais de Pombal e “muitos outros que vão participar connosco nesta grande aventura que é ajudar as pessoas a compreender os jornais”.

Segundo o protocolo, citado pela agência Lusa, as duas entidades signatárias do documento, devem “envidar todos os esforços no sentido de definir e promover ações de capacitação da literacia digital e de luta contra a desinformação, junto dos estabelecimentos de ensino e das instituições de solidariedade social do concelho”.

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