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Ourém

Ourém estima em 753 mil euros danos dos incêndios sem incluir floresta e agricultura

“Há 47 processos de empresas e famílias com perdas em vários domínios, na habitação, oficinas e anexos”, avançou o autarca Luís Albuquerque.

A Câmara de Ourém estima em 753.770 euros os prejuízos decorrentes dos incêndios de julho no concelho, valor que não inclui danos na floresta e na agricultura, disse hoje o presidente da autarquia.

“Há 47 processos de empresas e famílias com perdas em vários domínios, na habitação, oficinas e anexos. O prejuízo estima-se em 753.770 euros, mas não estão contabilizadas as perdas na floresta e na agricultura”, explicou à agência Lusa Luís Albuquerque, adiantando que o relatório foi dado a conhecer na reunião do executivo municipal de segunda-feira.

Segundo Luís Albuquerque, “foram identificadas duas situações de maior vulnerabilidade que se prendem com uma primeira habitação”, em Freixianda, e uma oficina de carros, ambas destruídas.

“Relativamente à habitação, onde viviam três pessoas, pai idoso e dois filhos adultos, um dos quais portador de deficiência, a Câmara vai suportar o custo total da reconstrução”, disse o autarca.

As três pessoas foram realojadas, sendo que, “no caso dos filhos, provisoriamente”, especificou, referindo que, “para já, a Câmara vai comparticipar a renda de uma habitação durante alguns meses até a situação estar encaminhada”.

O presidente do Município de Ourém declarou que no caso da oficina em Espite é uma “situação diferente” e carece de avaliação.

Luís Albuquerque considera que “o Governo deve abrir uma linha de apoio para os concelhos mais afetados por este flagelo [incêndios], no sentido de, em conjunto, serem encontradas soluções, para ajudar a resolver estes problemas, como o caso desta primeira habitação”.

Por outro lado, apontou a necessidade de ser efetuado um levantamento no terreno para apoiar as pessoas que registaram danos na agricultura e floresta, “independentemente de estarem coletadas”, notando que, para muitas, essas atividades eram “a sua forma de subsistência e a sua vida”.

O concelho de Ourém tem sido, este verão, fustigado por fogos florestais.

O primeiro grande incêndio eclodiu na União de Freguesias da Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais, no dia 7 de julho, vindo a propagar-se aos concelhos de Alvaiázere, no distrito de Leiria, e Ferreira do Zêzere, em Santarém.

Já no dia 12, registou-se um novo fogo em Cumieira, na freguesia de Espite.

Nestes dois incêndios, a autarquia estimou em 3 mil hectares a área ardida.

No domingo, dia 31, registou-se mais incêndio de grandes proporções, na localidade de Casal do Ribeiro, na União de Freguesias de Rio de Couros e Casal dos Bernardos, sendo que a área ardida é na ordem dos 500 hectares, apontou hoje o presidente da Câmara.

Já nesta segunda-feira, dia 1, um fogo eclodiu em Formigal, na União de Freguesias de Matas e Cercal, obrigando também à intervenção de meios aéreos.

Ainda na reunião do executivo municipal, foi aprovada a abertura de concurso para a criação de mais três pontos de água, para apoio ao combate a incêndios rurais.

Luís Albuquerque explicou que cada um terá capacidade para 850 metros cúbicos de água, representando um investimento global de 150 mil euros que deverá estar concluído até final da ano.

“Faz parte da estratégia que temos de dotar o concelho de tanques de apoio aos meios aéreos. Para que tenhamos a rede completa no concelho, pretendemos construir mais quatro durante este mandato”, acrescentou.

Segundo a Câmara, os três reservatórios vão ficar nas localidades de Malaguarda (União de Freguesias da Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais), Sobral (Nossa Senhora das Misericórdias) e Toucinhos (Alburitel). “Com esta intervenção, o concelho de Ourém passará a contar com 32 pontos de água”, divulgou a autarquia.

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