Estava guardado numa gaveta do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), desde 1959, mas em 2019 os paleontólogos Francisco Costa e Octávio Mateus anunciaram que aquele era o mais completo esqueleto de estegossauro da Europa. Recolhido em 1959 em Atouguia da Baleia pelo geólogo russo Georges Zbyszewski, o achado ficou à espera de alguém ter tempo para o estudar.
Quase seis décadas depois, veio a revelação: tratava-se do Miragaia longicollum, espécie irmã de outra encontrada há cem anos nos Estados Unidos da América. O estegossauro distingue-se pelas placas largas e espinhos verticais, que serviam de defesa contra grandes predadores carnívoros dele contemporâneos. A relevância do achado de Peniche está no facto do esqueleto estar bastante completo.
Ainda por Peniche, na fachada norte da Península está um importante Prego Dourado atribuído ao sítio da Ponta do Trovão. Ali está o local considerado pela comunidade científica internacional como o melhor registo a nível mundial da transição entre os intervalos de tempo Pliensbaquiano-Toarciano, andares do Jurássico inferior.
Em 2014 isso mesmo motivou a classificação pela ICS – International Commission on Stratigraphy da IUGS – International Union on Geological Sciences, tutelada pela UNESCO como melhor sítio a nível mundial para estudar a evolução naquele intervalo de tempo.
Peniche: Do notável estegossauro ao Prego Dourado
Espero mais de seis décadas até ser revelado o mais completo esqueleto de estegossauro da Europa, encontrado em Atouguia da Baleia, concelho de Peniche.