Um homem suspeito da prática do crime de violência doméstica em Peniche foi detido na terça-feira, dia 16, pela Unidade Central de Investigação Criminal da Polícia Marítima (UCIC).
Esta ação resultou da execução de um mandado de detenção emitido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Peniche, no âmbito de uma investigação criminal a cargo da UCIC.
O suspeito foi detido na sua residência, tendo sido presente na quarta-feira, dia 17, ao juiz de instrução criminal, que decretou a sua “apresentação semanal no posto policial da sua área de residência e localização eletrónica”,
Na sequência deste primeiro interrogatório em tribunal, o juiz determinou ainda como medidas de coação o afastamento e proibição de contacto do arguido com a vítima.
A violência doméstica continua a ser um flagelo em Portugal e constituiu o principal crime comunicado no ano passado à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), com 19.846 casos, seguido pelos crimes sexuais contra crianças (1.416) e ofensas à integridade física (649).
A APAV apoiou, em média, 37 pessoas por dia em 2021, das quais 25 mulheres e cinco crianças, tendo registado um aumento de 113% nos atendimentos nos últimos cinco anos. Contabilizou 75.445 atendimentos, referentes a 15.617 pessoas, tendo registado 13.234 vítimas diretas de crime.
O maior número de vítimas continua a ser do sexo feminino (77,9%), mantendo-se a tendência dos anos anteriores, mas a associação destaca que a percentagem de vítimas do sexo masculino tem vindo a aumentar. Em 2019 representavam 18,7% (2.180) e em 2021 já atingiram os 19,6% (2.601) das vítimas.
O maior número de autores de crimes é do sexo masculino (8.167; 60,9%), mantendo-se, desta forma, a tendência de anos anteriores. A percentagem de mulheres agressoras tem-se mantido “elevada e estável ao longo dos anos, representando no ano passado 11,9% (1.589) dos registos”.