Um estudo sobre os equipamentos desportivos de Leiria, apresentado na reunião de executivo desta segunda-feira, dia 31, propõe a edificação de um pavilhão multiusos na zona desportiva junto às piscinas.
O Estudo de Análise e Implantação de Equipamentos Desportivos em área contígua ao Polis, apresentado pelo arquiteto José Pequeno, da Concept Fusion, recomendou ainda a construção de um campo de treinos de apoio ao Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa e de uma estação de bicicletas com ligação ao BTT, assim como a requalificação de diversos equipamentos desportivos existentes ao longo do percurso Polis.
“O pavilhão na cidade parece ser uma das principais lacunas e parece ser prioritário. A localização teve em conta a ligação que a população tinha ao antigo pavilhão naquela zona”, explicou José Pequeno.
A proposta apresentada prevê a construção de um pavilhão ao lado das piscinas municipais, com três bancadas (com um total de 2.500 lugares), recinto para eventos desportivos, feiras, exposições, conferências, eventos culturais, espaços técnicos adequados às diferentes funções, zonas de treino e aquecimento, espaço para comunicação social e área para bar/restaurante/cafetaria.
Destacando o percurso Polis como um “corredor fundamental na dinâmica da cidade”, a empresa defende que o pavilhão deve ter uma área de implantação de 4.500 metros quadrados, estimando-se um investimento entre seis e oito milhões de euros, com base em infraestruturas idênticas noutras cidades.
Este investimento seria de “um terço face à anterior proposta de construção de um multiúsos naquela zona”, ou seja, representaria uma “poupança de 14 a 17 milhões de euros face à anterior proposta, que, a preços atuais, custaria entre 20 e 25 milhões de euros e sacrificava 830 lugares na zona desportiva contra os 240 da atual proposta”.
Além de ter mais lugares de estacionamento, o arquiteto explicou que a localização indicada permite ainda manter a área junto ao estádio para realização de eventos ao ar livre, tal como a Feira de Leiria e o Mercado de Levante.
O estudo fez também um diagnóstico dos equipamentos desportivos e de lazer no corredor urbano do Polis. As conclusões recomendam a requalificação do Parque Radical, criando zonas de sombra e dando cor ao espaço “até com artistas locais”, e a intervenção no Polidesportivo da Guimarota e no complexo do Clube da Escola de Ténis de Leiria, com um melhoramento do pavimento existente, aumento e cobertura de campos de padel.
Outras sugestões apontam para requalificações no campo de futebol 5, Skate Parque e campo de basquetebol, localizados no conhecido Parque do Avião.
O vereador do PSD Álvaro Madureira discordou da localização apontada para o pavilhão de Leiria, sugerindo a sua implantação nos terrenos do Areeiro ou na Quinta de São Venâncio, e defendendo que é “necessário abrir a cidade e libertá-la”.
“Esta é uma versão ‘light’ do anterior projeto do pavilhão, que meteu na gaveta, mas continua com uma visão curta, que só vê a zona do estádio”, criticou.
O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes (PS), explicou que os locais apontados pela oposição iriam encarecer mais o projeto, porque os terrenos não são municipais. Além disso, o Plano Diretor Municipal não permitiria a construção em algumas dessas zonas, nomeadamente na Quinta de São Venâncio.
“Nessa zona temos dois pavilhões nas proximidades: o da Juve [Juventude Desportiva do Lis] e o pavilhão inclusivo das Cortes. Iríamos construir numa zona onde nem há pressão do associativismo”, acrescentou o vereador do Desporto, Carlos Palheira (PS).
Gonçalo Lopes disse ainda que o município vai agora avançar com a realização de um estudo prévio para a definição do tipo de pavilhão a desenvolver, sendo auscultado o movimento associativo, cultural e económico.
