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Cultura

Obras contemporâneas inspiradas em Saramago para Leiria ouvir e levar músicos mais longe

No Teatro Miguel Franco chega ao fim o Festival Leiria Cidade Criativa da Música com a estreia de oito peças contemporâneas escritas a partir da poesia de José Saramago para serem interpretadas por músicos de Leiria.

Alguns dos músicos do ensemble da Associação das Filarmónicas do Concelho de Leiria que vão atuar logo à noite Gil de Lemos/Leiria Cidade Criativa da Música

O derradeiro dia do Festival Leiria Cidade Criativa da Música revela mais oito obras originais escritas a partir de poemas de José Saramago. É música contemporânea, que segue vários caminhos, ao sabor da criatividade e inspiração de oito compositores, e que ganha asas no Teatro José Lúcio da Silva, esta sexta-feira à noite, pelo virtuosismo da soprano Rita Marques e de um ensemble de 13 intérpretes da Associação das Filarmónicas do Concelho de Leiria (AFCL).

O património filarmónico de Leiria é um tesouro raro. Só no concelho há 11 bandas e a sua ação tem produzido ao longo de décadas muitos músicos e maestros. É um capital precioso que a Leiria Cidade Criativa da Música (LCCM) quer e tem vindo a potenciar.

O concerto desta sexta-feira é mais um passo nesse sentido: o Ensemble da AFCL será dirigido pelo britânico Nicholas Reed, maestro radicado na Alemanha.

“Fazemos esta ponte com um maestro internacional par que ele eleve esta visão do que os músicos e compositores conseguem fazer, para que espalhe essa informação. Ele vem trabalhar durante uma semana com os nossos músicos e vai levar, certamente, muito boas impressões dessa experiência”, explicou o diretor da LCCM, Daniel Bernardes, na apresentação do festival.

A ambição de chegar mais longe é acompanhada pelo presidente da direção da AFCL, Carlos Lopes:

“Leiria está num ponto de começar a exportar. Sobretudo a nível dos sopros, em que a tradição é muito grande. Tem de deixar de ser só vidro e plástico, também tem de [exportar] a música de sopros”, disse o dirigente no lançamento do festival, lembrando que, por cá, “há talento suficiente para criar um grupo de referência de sopros em Portugal”.

É exactamente essa seleção de músicos, 13 “solistas extraordinários”, que se apresentará logo à noite no palco do Teatro Miguel Franco, com a cantora Rita Marques, “uma soprano fantástica, com projeção internacional muito interessante, que tem feito muita ópera no S. Carlos, a principal sala de ópera do país”, destacou Daniel Bernardes.

No concerto vão ser interpretadas as partituras encomendadas a três compositores locais “muito diferentes e rico”, casos de João Santos, organista titular da Sé de Leiria, “que escreve música muito fresca e inspirada”, Nuno Barradas, autor de “música mais experimental”, e André Barros, da Marinha Grande, que tem “imenso sucesso na área da música para filmes e séries”. 

Também leram poesia de Saramago e escreveram música para o Festival Leiria Cidade Criativa da Música Anne Victorino d’Almeida, “uma das compositoras mais ativas no panorama nacional e com maior projeção internacional neste momento”, Carlos Azevedo, “responsável pelo curso de composição da ESMAE, do Porto, e um dos melhores orquestradores portugueses”, e Carlos Brito Dias, atualmente em Antuérpia, escolhido pela irreverência do seu trabalho:

“Escreve música muito experimental, em que praticamente não vemos um instrumento a ser tocado de forma tradicional; é uma música que vive de formas pouco ortodoxas de tocar os diferentes instrumentos. Certamente será uma surpresa completa”, antecipa o diretor da LCCM.

Também se vão ouvir as obras selecionadas pelo júri presidido por Alberto Roque, que escolheu como finalistas peças de Nélson Jesus e David Teixeira da Silva.

Sobre o concurso internacional lançado pela LCCM, Daniel Bernardes esclarece que todos os candidatos tiveram de apresentar uma partitura com pseudónimo e, portanto, “as peças foram verdadeiramente escolhidas pela sua qualidade artística, técnica e espiritual. Foi muito giro ver que excluímos nomes já conhecidos na praça”.

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