“O António fugiu de casa no dia 27 de outubro. O António foge de vez em quando. Quando há mudança nas suas rotinas, quando por algum motivo ”a cabeça” lhe diz para o fazer”. O desabafo é de uma familiar de António Dias, de 57 anos, a quem está diagnotiscado espectro autista.
O caso não é novo. Ocasionalmente, a família recorre às redes sociais para pedir ajuda a quem possa ter avistado António Dias.
Da última vez que foi visto, António saiu de casa em Codiceira, Azoia, no concelho de Leiria, e vestia uma camisola verde, calças pretas e calçava uns botins.
“O António é uma pessoa com problemas mentais, não tem condições para viver sozinho, sempre viveu com os pais e após o falecimento destes, ficou a viver com o irmão. Quando há uma alteração de rotinas, quando algo se modifica ao seu redor, tem tendência a fugir, mesmo sabendo o caminho para casa, nunca regressa”, explica a familiar.
Para evitar estas situações, a família colocou-o numa instituição, onde permanecia durante o dia e à noite regressava a casa. “Mas mesmo assim o António continuou a fugir”, acrescenta a mesma fonte, que recorda que quando era novo, o homem chegou a aparecer no Fundão ou em Constança.
Desde julho, ficou como residente no lar da instituição e passava um fim de semana por mês em casa, com a família.
No final de outubro, e devido a vários agendamentos médicos que tinha para realizar, permaneceu em casa por mais tempo e “nada fazia prever que ele se lembrasse de fugir”.
No passado dia 27, o irmão foi chamá-lo ao quarto para ir tomar o pequeno almoço, como sempre fazia. António vestiu-se e num espaço de cinco minutos saiu de casa.
O caso foi comunicado às autoridades, mas não há informações sobre o seu paradeiro.
Normalmente, ao fim de três, quatro dias, a família recebe informações onde é que ele está. Não é o caso desta vez, apesar do apelo diário da família nas redes sociais e dos muitos papéis espalhados pela região.
“O facto de ser recorrente e ele ter perturbações mentais, não deve ser desvalorizado. Ele sai de casa, da instituição, seja de onde for, de livre vontade, sim, mas porque tem problemas mentais e podemos dizer que ”não tem noção do que está a fazer”. Quando o encontramos, e questionamos sobre o motivo, ele chora e diz que é a cabeça que não dá para mais….. O António é uma pessoa especial, com necessidades especiais, com um ”mundinho’ ‘só dele. Precisa de cuidados, alimentação, medicação e higiene”, explica.
A família está a pedir ajuda, através das redes sociais, solicitando a quem o vir que contacte as autoridades ou os próprios familiares, pelos números de telemóvel 912 911 805 (Sérgio Dias) ou 913 679 781 (Vítor Dias).