Os pavilhões dos Pousos e do Lis, nas Cortes, vão receber um acontecimento histórico para o andebol em cadeira de rodas: pela primeira vez os campeonatos do Mundo e da Europa vão decorrer em simultâneo no mesmo local, acolhendo Leiria nove seleções e um total de 200 participantes entre 18 e 20 de novembro.
Portugal tem pergaminhos na modalidade. Em Leiria, em 2018, conquistou o Europeu, e em 2019 foi vice-campeão. A jogar novamente em casa, a seleção nacional promete dar tudo até chegar à final… para ir mais além.
“Portugal tem estado sempre em todas as finais. Vamos tentar lutar para estar em mais uma, para não fugir à regra. Vamos lutar do primeiro ao último segundo. Se o fizermos, certamente teremos sucesso”, sublinhou hoje o selecionador Danilo Ferreira, na apresentação da competição.
A lista de convocados para a missão Mundial-Europeu é divulgada na quinta-feira, 10 de novembro. Hoje, o selecionador avançou apenas que a equipa nacional integrará jogadores de Leiria – o que é já um hábito.
Portugal está no grupo da Roménia, Índia e Países Baixos, com quem começa a competir no dia 18, às 10 horas, no Pavilhão dos Pousos. Nesse mesmo dia, a seleção nacional joga com a Roménia, às 14 horas. E no dia seguinte, 19 de novembro, há um Portugal – Índia às 12 horas, também nos Pousos.
Sobre a realização das duas competições em simultâneo, o presidente da Federação de Andebol de Portugal, Miguel Laranjeiro, realça que se está “a fazer história em Leiria”.
A ambição da federação é “estar na linha da frente” das organizações internacionais a pensar na futura integração do andebol em cadeira de rodas nos jogos paralímpicos. “Portugal quer estar lá”, frisou Miguel Laranjeiro, e esta realização em Leiria é mais um contributo e uma forma de marcar posição, justificou o líder federativo.
Entre os dois pavilhões vão ser realizados 25 jogos, até à final, dia 20, às 19 horas, no Pavilhão dos Pousos (com transmissão pela RTP2).
Para o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, o pioneirismo da combinação das competições comporta “um nível de risco bastante elevado” em termos organizativos:
“São países muito diferentes, com culturas diferentes, gastronomia diferente, e é preciso hóteis adaptados, transportes preparados… É um evento totalmente inovador para a nossa experiência e, por isso, constitui um grande desafio”, admitiu o autarca.
Pelo caráter internacional, Gonçalo Lopes considera o mundial e europeu de andebol cadeira de rodas “um dos eventos mais importantes da programação da Cidade Europeia do Desporto, senão o mais importante”.