A presidente da Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património (APRUPP) alertou em Leiria para a importância de efetuar inspeções prévias aos projetos e recusou o uso de cimento nas obras de recuperação de edifícios tradicionais.
O prédio devoluto da antiga Pousada da Juventude de Leiria foi o cenário escolhido para uma “análise no local de anomalias”, no seguimento de uma “sessão de abordagem às técnicas de inspeção e reabitação”, promovida no âmbito do 2º Fórum Regional Arquitetura ao Centro, organizado no fim de semana pela secção regional do centro da Ordem dos Arquitetos.
A inspeção ao edifício, localizado no Largo do Terreiro, fez-se sem recurso a instrumentos ou sondagens, porque o objetivo não era que fosse aprofundada. À vista desarmada era visível a humidade e o resultado de infiltrações de água. Após o grupo de dezenas de participantes constatar a presença de “eflorescências”, a presidente da APRUPP, Alice Tavares, desaconselhou o uso de cimento para tratar este
tipo de problemas.
“A colocação de cimento não resolve as humidades ascensionais [quando as paredes estão em contacto com a água ou com o solo húmido]. A humidade não desaparece. Ou sobe acima da cota do cimento ou provoca uma desagregação dos elementos por detrás”, explicou.
Reabilitação de edifícios tradicionais: “Cimento não, muito obrigado”
Visita técnica ao prédio da antiga Pousada da Juventude de Leiria revelou vários desafios colocados a uma futura reabilitação.