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Técnica inovadora revela interior surpreendente dos carvões da Guimarota

Investigador neerlandês Edgar Mulder desenvolve solução que permite expandir informação sobre os fósseis sem comprometer integridade dos fragmentos de minério.

Imagens de alguns dos fragmentos detetados no interior dos carvões retirados da mina da Guimarota Edgar Mulder

Há um outro mundo por descobrir nos milhares de carvões retirados da mina da Guimarota. É isso que mostra a tese do neerlandês Edgar Mulder, revelada este mês na Lourinhã, no congresso PaleoPT. Tudo começa em 19 pequenos fragmentos de lenhite guardados por um antigo mineiro e cedidos à professora Anabela Quintela Veiga, que os encaminhou para o paleontólogo Bruno Camilo da Silva. Daí nasceu um projeto de investigação original associado ao património retirado da mina.

O investigador da Sociedade de História Natural (SHN) sugeriu a um aluno do curso de Geologia na Universidade de Utrecht, Edgar Mulder, desenvolver uma técnica de análise não destrutiva dos carvões. “Queríamos ver o interior preservando o exterior”, explica Bruno Camilo da Silva.

Edgar, que nunca tinha ouvido falar da Guimarota – “agora passou a fazer parte da minha vida e leva-me a correr mundo” -, meteu mãos à obra. Na empresa Micronsense, de Leiria, os 19 carvões foram sujeitos a Micro-CT Scanning – similiar às TAC – e os dados foram trabalhados nos Países Baixos. “Os resultados foram surpreendentes”, conta Mulder, que detetou bem mais de 19 fósseis nos 19 fragmentos. “São estruturas ósseas muito delicadas, com buracos muito pequenos (vascularidades), ou ossos fraturados. A cada observação surgia uma surpresa”.

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