A Câmara de Porto de Mós quer reabilitar o troço do rio Lena no concelho, num investimento de meio milhão de euros, que visa também valorizar este curso de água, disse hoje o vereador Eduardo Amaral.
Segundo Eduardo Amaral, “o projeto está feito”, explicando que os trabalhos vão recorrer à “engenharia natural e deixa de haver introdução de cimento, para serem feitos com vegetação própria”.
“A ideia é recuperar pegos [local mais fundo do rio] e açudes, de forma a poder devolver o rio à comunidade e a água poder ser utilizada como recurso durante todo o ano, que é o que não temos atualmente”, adiantou o vereador que, entre outros, tem o pelouro do ambiente.
Eduardo Amaral referiu que o projeto de reabilitação e valorização do rio Lena “contempla a limpeza e desobstrução do leito e de todas espécies invasoras, desde a nascente, no concelho”, até ao limite com o Município da Batalha, numa extensão de cerca de oito quilómetros.
“O projeto está estimado em meio milhão de euros, mas aguarda abertura de candidatura para poder ser apresentado a financiamento”, declarou, referindo que a autarquia do distrito de Leiria gostaria que “o processo se desenvolvesse de forma a iniciar os trabalhos logo após o caudal o permitir, em meados de 2023”.
De acordo com o vereador, as mais-valias deste projeto passam por, “durante o inverno, o rio não galgar as margens e inundar os terrenos confinantes, e ‘fixar’ a água nestas zonas, para permitir que fauna e flora se desenvolvam e não morram durante os períodos de seca”.
Por outro lado, Eduardo Amaral apontou a possibilidade de “voltar a regular a água para os regantes, para que não seja desperdiçada fora dos períodos de rega”, e “monitorizar o rio, para que não haja descargas poluentes e poder fazer-se uma cultura ambiental diferente” deste curso de água, “criando um corredor verde que atravessa a vila”.
Na memória descritiva e justificativo do projeto para a principal linha de água do concelho de Porto de Mós lê-se que entre os objetivos deste investimento estão o aumento da “atratividade dos espaços fluviais, criando e revitalizando lugares com profundo significado e interesse para as populações locais e visitantes”, e da “resiliência hidrológica e ecológica das paisagens ribeirinhas”.
“Favorecer a valorização paisagística e a biodiversidade do meio hídrico” e “incentivar as pessoas para o contacto com a natureza” estão igualmente entre os objetivos, segundo o documento enviado à agência Lusa.