A Confraria do Bucho Recheado de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, quer certificar esta iguaria gastronómica, disse à agência Lusa a chanceler-mor, Idalina Pires.
“A principal prioridade é a certificação do bucho recheado”, afirmou Idalina Pires, explicando que se pretende, também, dar continuidade às iniciativas em que a confraria já participava, como eventos, e avançar com convites para se organizar mais um capítulo em Pedrógão Grande.
Por outro lado, a chanceler-mor referiu a intenção de realizar um workshop, “para tentar puxar mais pessoas para a confeção do bucho”.
“As pessoas que estão a confecionar já têm uma certa idade”, declarou, justificando com a necessidade de passar a tradição às pessoas mais novas, para que “se dinamize mais a confeção do bucho”.
Segundo Idalina Pires, uma das mais-valias para Pedrógão Grande com a certificação do bucho recheado é a promoção que se pode traduzir em mais vendas.
A chanceler-mor reconheceu, por outro lado, que iniciativas como esta no concelho de Pedrógão Grande, no Interior do país, são difíceis de levar por diante, “porque há pouca gente jovem”.
“As pessoas de idade já estão cansadas e estão desmotivadas e, portanto, o principal objetivo é tentar motivar jovens, para a confraria e não só, para tudo o que esteja associado”, adiantou.
Idalina Pires acrescentou que promover a gastronomia “chama pessoas ao concelho”, o que a confraria também quer.
As eleições, para a Confraria do Bucho Recheado de Pedrógão Grande, para o mandato de 2023-2026, realizaram-se no sábado, com lista única.
Além de Idalina Pires a liderar a chancelaria, o equivalente à direção, foi eleito grão-mestre do capítulo (assembleia-geral) João Marques, enquanto o presidente do conselho de vedores (conselho fiscal) é João Coelho.
Em dezembro de 2022, a Câmara de Pedrógão promoveu um festival gastronómico em vários restaurantes, para dar visibilidade ao bucho recheado.
Então, a autarquia referiu que o bucho recheado de Pedrógão Grande “consiste no aproveitamento do estômago do porco (bucho), previamente preparado e posteriormente recheado com uma mistura de carnes de produção caseira que, depois de cozinhadas, são desfiadas à mão”.
“A estas carnes juntam-se o pão em pequenos pedaços, os ovos e a salsa. As aberturas do bucho são cosidas com agulha e linha e assim o bucho recheado fica pronto a ir ao forno para assar”, adiantou a autarquia, esclarecendo que “é considerado historicamente um prato típico do Carnaval”, mas atualmente é “comum fazer parte das mesas locais nas épocas festivas do ano inteiro”.