A Semana Santa é celebrada entre 1 e 9 de abril em Porto de Mós combinando comemorações religiosas com iniciativas como recriações, música, gastronomia ou a construção de um tapete de flores pela população.
Mas, apesar da diversidade de iniciativas que voltam a acontecer este ano na vila para assinalar a Páscoa, é a religiosidade que dita as regras, vincou hoje o presidente da Câmara, Jorge Vala.
Ao contrário de outras celebrações no país, que “têm apenas o caráter cénico e teatral”, em Porto de Mós a Semana Santa “tem o caráter religioso ao qual nos associamos para lhe dar esta qualidade e, dessa forma, marcar a presença no todo da região”, explicou o autarca.
O pároco de Porto de Mós, José Alves, admitiu que o lado mais artístico do programa tanto “pode ajudar como desajudar”.
“A minha missão é fazer com que estas celebrações sejam celebrações cristãs e litúrgicas. Essa é a minha preocupação. A mim, como padre, não me interessa o espetáculo”, disse o padre, que quer apenas que “tudo isto seja um momento de oração e meditação, de interação com a nossa fé e a nossa esperança com a morte e a ressurreição que acreditamos que é o messias e o salvador, Jesus Cristo”.
Para Jorge Vala, os oito dias que de atividades em torno da Semana Santa são simultaneamente “um momento de encontro da comunidade e de atração de visitantes de fora”.
“Todos estão envolvidos, todos fazem parte e o nosso grande objetivo é que esta seja uma iniciativa de coesão do nosso concelho”, disse esta quinta-feira, 16 de março, referindo-se à conjugação de esforços entre comunidade religiosa e também as IPSS (instituições particulares de solidariedade social), movimento associativo e grupos de teatro.
A programação arranca com um dos principais pontos altos, o Tapete de Flores, que se prolonga por dezenas de metros. Será construído no dia 1 de abril, sábado, para exibir no domingo de Ramos.
“É um acontecimento que não existe noutros sítios e as pessoas rumam a Porto de Mós para ver a maravilha que é a ponte toda florida”, sublinhou o autarca.
Outra atração é a Via Sacra, no dia 7, que atravessa toda a zona histórica da vila, com um longo cortejo seguido por milhares de pessoas, terminando no morro do Castelo.
Em paralelo ao programa religioso e artístico, a restauração do concelho promove o Festival do Cabrito e do Borrego, com animais criados “em produção de ar livre e daqui da nossa Serra de Aire e Candeeiros”. As instituições particulares de solidariedade social organizam o Festival do Folar e da Amêndoa Artesanal, no Jardim Municipal.
As duas iniciativas dão “outro sabor à festa” e, segundo Jorge Vala, nomeadamente o Festival do Cabrito e do Borrego, “tem dimensão já nacional”, atraindo pessoas “de norte a sul do país”.
“Em anos anteriores, a resposta que temos dos restaurantes é que esgota praticamente antes de começar”, avançou.
Para o presidente do município, a Páscoa de Porto de Mós ajuda “a dar dimensão ao nosso concelho, reputação e reconhecimento fora de portas”.
A Semana Santa de Porto de Mós começa a 1 de abril com a construção do tapete florido entre a Ponte Nova e Igreja de São Pedro. No dia seguinte, domingo de Ramos, há “Recriação bíblica” pelas ruas da vila.
O programa integra três momentos musicais intimistas na Igreja de São Pedro, com “Concerto de Semana Santa” pelo Coro José Joaquim dos Santos, de Óbidos, no dia 3 de abril, “Concerto de Páscoa”, pela Camerata e Coro de Câmara do Orfeão de Leiria, no dia 4, e finalmente “Tocatta da Ressurreição”, pelo DiAma Duo, que preparou um programa com saxofone e cravo para o dia 5.
A recriação da “Última Ceia – Lava-pés” acontece no dia 6, na Igreja de São Pedro, encenando-se a Via Sacra no dia 7, com muitos figurantes e atores, sob orientação do Leirena Teatro, pelas ruas da vila, até ao Castelo.
A celebração encerra com as cerimónias religiosas da vigília pascal, que inclui encenação da ressurreição de Cristo, no dia 8, e eucaristia no domingo de Páscoa, no dia 9.