A Ministra da Coesão Territorial defendeu a criação de um Selo de Sustentabilidade da Indústria Portuguesa de Moldes e mostrou no 11º congresso do sector, que terminou hoje, dia 18, em Oliveira de Azeméis “disponibilidade para trabalhar e financiar um projeto para o atingir”.
“No final dos anos 90 discutia-se a saída da indústria para os países asiáticos e hoje estamos a discutir o regresso à Europa, obviamente também com desafios”, referiu Ana Abrunhosa no final dos trabalhos, que decorreram durante dois dias.
A governante afirmou ter “a certeza absoluta que com o trabalho” habitual da indústria e “a sua forma conjunta de enfrentar os desafios, vai conseguir enfrentar as dificuldades”. Por isso, deixou “uma palavra de força e motivação”, fazendo mesmo “uma profissão de fé”.
“Não tenho duvidas que vão conseguir ultrapassar as dificuldades e enfrentar um mundo que ainda não sabemos como vai ser, porque se há coisa certa é a incerteza do dia de amanhã”, frisou a Ministra da Coesão Territorial.
“Hoje temos o regresso da produção à Europa, mas pedem-nos preços asiáticos. Portanto vivemos o desafio, ou o dilema, de sermos price takers [sem força para fixar o preço do produto] ou price makers [com poder para determinar o preço]”, destacou a ministra.
“Obviamente que há muita dificuldade, numa indústria madura, de ser price maker, mas tudo o que discutiram no congresso é no caminho do serem e nalguns nichos já conseguem ser price makers. E conseguem-no com I&D [Investigação e desenvolvimento], transformando o conhecimento em tecnologia e inovação, com diferenciação e fixando talento”, adiantou, considerando que “a diferenciação tem de ser feita também na imagem e nas questões da sustentabilidade”.
“As questões da sustentabilidade integram todos os desafios de que hoje falamos: a importância da digitalização, eficiência energética, economia circular – se o fizermos vamos dar ao conceito de sustentabilidade”, disse Ana Abrunhosa, realçando “a disponibilidade para trabalhar e até para financiar uma rede e um projeto para atingir” um selo nesta área.
“É uma ideia importantíssima, porque só deixamos de ser price takers e passamos a price makers quando temos uma marca, diferenciação, e quando estamos numa cadeia de valor onde aquilo que aportamos representa a maior parte do valor do produto final”, salientou a governante.
“Portanto, fica aqui a disponibilidade de trabalharmos na ideia de termos um selo”, destacou e, dirigindo-se a Elsa Henriques (Instituto Superior Técnico/Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento), que tinha lançado a ideia, afirmou: “professora está já convidada para se juntar ao grupo de trabalho”.
Noutra área, Ana Abrunhosa considerou que “as parcerias e a cooperação são absolutamente fundamentais para que os moldes portugueses continuem a ser competitivos nas cadeias globais, porque são o que permite ter escala na concorrência internacional, que robustece as suas cadeias de valor”.