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Cultura

Júlio Alves conversa sobre “Sacavém” no CinemaCity Leiria

Inspirado em objetos relacionados com a filmografia de Pedro Costa, o filme é exibido no sábado, dia 25, às 19h40, numa sessão que inclui conversa entre o realizador e Álvaro Romão.

"Sacavém" percorre filmes como “Casa de lava”, “Ossos”, “No quarto da Vanda”, “Juventude em marcha” e “Cavalo dinheiro”

Uma viagem pelo cinema de Pedro Costa, percorrendo, especialmente, “o corredor mais africano” da obra do realizador português, é revelada em “Sacavém”, de Júlio Alves, que vem a Leiria este sábado, 25 de março, apresentar o filme no CinemaCity.

Lançado em 2019, “Sacavém” chega agora aos cinemas e o realizador estará no sábado no CinemaCity Leiria para uma conversa com Álvaro Romão a propósito do filme e também da obra de Pedro Costa. A sessão tem início às 19h40.

“Sacavém” surge de um pretexto académico, enquadrado na tese de doutoramento de Júlio Alves, dedicada a “Cinema e objetos”. O realizador dividiu a tese em três capítulos e, para cada um deles, propôs-se fazer um filme:

“Um sobre os objetos que eram visíveis para quem fez o filme; outro para quem estava retratado e para quem estava a ver o filme; e outro procurando uma filmografia onde os objetos foram importantes”, contou Júlio Alves ao REGIÃO DE LEIRIA.

Assim chegou até Pedro Costa e assim se explica “Sacavém”, uma incursão “pelo corredor mais africano” dos filmes do realizador português, “a partir de objetos que considero relevantes para a sua obra”.

Por objetos, entende-se aqui “tudo o que podia estar até ao lado ou até a própria câmara”, mas também um caderno, nove fotografias, uma cópia de um filme em 35 mm e um elevador. “Se não fosse a câmara [Pedro Costa], teria muita dificuldade ou não seria mesmo possível fazer um filme chamado ‘No quarto da Vanda’, porque esteve dois anos sozinho a filmar dentro de um quarto”, exemplifica.

Através desses objetos, Júlio Alves especula o quão “fundamentais para ele” terão sido, permitindo que “tenha conseguido fazer o percurso que fez”.

O exercício foi “quase um trabalho de investigação” que redundou no filme, que se serve do contexto académico como “a desculpa para existir”.

O realizador considera ter tido “a sorte” de Pedro Costa o ter deixado entrar no seu acervo e na sua obra. “Aproveitei a oportunidade e fiquei lá”. Tanto assim que, depois de concluir “Sacavém” ao fim de dois anos, surgiu depois “Diálogo de sombras“, que “não deixa de ser uma continuidade”.

“Sacavém” tem tido “um percurso muito bom” desde a estreia nacional, mas também no percurso internacional. “Já esteve em muitos sítios do mundo, em muitas geografias. Vai fazendo o seu caminho e chega agora às salas de cinema”. Sábado é a vez de Leiria.

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