A Câmara de Pombal vai apoiar a plantação de espécies autóctones, no âmbito do Plano Municipal de Fomento da Floresta Autóctone, para tornar o concelho mais resiliente a incêndios rurais.
“Somos, como toda a gente sabe, um concelho que todos os anos é bastante fustigado pelos incêndios rurais. De pequenas ou grandes dimensões, a verdade é que estamos sempre a ser bastante atingidos e o objetivo principal deste Plano de Fomento da Floresta Autóctone é, de alguma forma, trabalharmos na prevenção e tornar o nosso território mais resistente e mais resiliente a este tipo de catástrofes, nomeadamente os incêndios rurais”, afirmou a vereadora Catarina Silva.
Segundo Catarina Silva, que tem, entre outros, os pelouros do Desenvolvimento Rural e Floresta, e Proteção Civil e Segurança, o objetivo do município é “dotar os seus espaços florestais de uma floresta mais resiliente, mais resistente a todos os fenómenos bióticos e abióticos, e, para isso, vai utilizar e vai incentivar os proprietários ao cultivo, à plantação, de espécies florestais autóctones que, na prática, são conhecidas pela sua baixa inflamabilidade e pela baixa combustibilidade”.
Numa nota de imprensa, aquela autarquia explicou que o plano “visa apoiar a instalação e condução de povoamentos compostos unicamente por espécies florestais autóctones, como sobreiros, carvalhos, freixos, azinheiras, amieiros, medronheiros, entre outras”.
Esta iniciativa, que cruza com os planos da Defesa da Floresta Contra Incêndios e Diretor Municipal, passa, numa primeira fase, pela identificação “dos locais considerados prioritários para a instalação destas espécies”, como as “faixas de gestão de combustível nos 100 metros aos aglomerados populacionais e polígonos industriais, nos 50 metros às áreas de edificação dispersa” ou “nos 10 metros à rede viária municipal”.
“Este apoio será, também, estendido a beneficiários interessados em reconverter povoamentos de eucalipto e espécies lenhosas invasoras”, realçou a Câmara, referindo que a iniciativa “consiste em apoiar os interessados no aconselhamento técnico, na elaboração de projetos florestais de (re)arborização (…) e no fornecimento das plantas florestais, ficando ao encargo dos beneficiários as operações de instalação e manutenção do futuro povoamento”.
A autarquia acrescentou que a proposta inicial prevê um apoio global de 27 mil euros anuais, valor que deverá permitir “rearborizar cerca de 300 hectares/ano”, notando que, como se trata de um plano para o decénio 2022-2031, o orçamento total é estimado em 270 mil euros, que pode ser revisto “dependendo do número de interessados e da disponibilidade financeira do município”.
O Plano Municipal de Fomento da Floresta Autóctone vai ser apresentado na terça-feira, Dia Internacional da Floresta e Dia Mundial da Árvore, junto ao talhão 88 da Mata Nacional do Urso, na freguesia do Carriço.
Catarina Silva declarou que todo o trabalho deste plano “vai ser sempre liderado pelo Gabinete Técnico Florestal”, que vai dar apoio e fazer o acompanhamento dos proprietários, adiantando que após a sua apresentação se segue uma “intensa campanha de sensibilização”.
Na terça-feira, naquele talhão, está prevista uma ação de retancha no âmbito do projeto “Reflorestar Pombal”, que “consiste em substituir as espécies que não se adaptaram (mortas), por plantas novas da mesma espécie de modo a garantir a cobertura completa do povoamento”.
A plantação neste talhão, com recurso às espécies de pinheiro-bravo e pinheiro-manso, numa área de 18 hectares, foi iniciada e terminada no final de 2022.
Este talhão foi atribuído a Pombal no âmbito de um protocolo de colaboração celebrado com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria.
A campanha “Reflorestar Pombal”, lançada em novembro de 2022, visa plantar 20 mil árvores em quatro anos.