O presidente da Associação Nacional da Indústria de Moldes (Cefamol), João Faustino, destacou hoje, dia 17, em Oliveira de Azeméis, que nos últimos anos o trajeto do cluster “não tem sido fácil” e “está repleto de obstáculos”, apresentando-se como “desafiante e de grande incerteza”.
A indústria tem sido “confrontada com quebras e oscilações de mercado, aumento exponencial dos custos de produção, inflação e com o aumento da taxas de juro”, referiu João Faustino na sessão de abertura do 11º Congresso da Indústria de Moldes.
Em simultâneo, “os preços de venda reduzem-se, as margens de negócio desaparecem, há baixas de preços e os prazos de pagamento dilatam-se”, pelo que “o momento atual da indústria é desafiante e de grande incerteza”, adiantou.
“Os últimos anos mostram-nos que não tem sido um trajeto fácil, está repleto de obstáculos e desafios que temos de enfrentar para garantir a sustentabilidade futura das nossas organizações, mas também do conhecimento e da experiência acumulados, que não são fáceis de replicar, caso não tenhamos sucesso e não consigamos manter o posicionamento, competitividade e capacidade de inovação que nos caracterizam”, explicou o presidente da Cefamol.
Na sua perspetiva, “as empresas, pelas suas características e dimensão, terão dificuldades em ultrapassar isoladas” estes desafios, pelo que “a cooperação, a coopetição e a capacidade de trabalhar em conjunto para atingir os objetivos comuns serão fulcrais”.
“Temos, claramente, que nos unir, cooperar, ganhar escala e massa critica, para enfrentar esta nova realidade com que nos defrontamos”, acentuou João Faustino.
No que respeita ao mercado, a indústria de moldes tem de “reforçar a sua presença física e promocional em países e regiões de grande potencial, como são os casos da Europa, EUA e México, consolidando a sua presença nas cadeias de valor em que opera, mas reforçando-a junto de novos players”.
“Em paralelo, temos de continuar a fazer uma aposta na diversificação de clientes e áreas industriais, que são processos morosos e têm de ser desenvolvidos de forma contínua e consistente, para ganhar a experiência e o conhecimento necessários para consolidar uma presença forte nos mercados”, explicou João Faustino.
Por outro lado, “há que encontrar novas soluções de financiamento e capitalização que ajudem o sector a enfrentar as condições de negócios com que está confrontado”. Este “será um fator primordial para garantir a sustentabilidade e o crescimento nos próximos anos, assim como para dinamizar o lançamento de novos modelos de negócio que podem vir a diferenciar o sector a nível internacional”, adiantou.
A nível interno, “tem de garantir altos índices de produtividade e eficiência para garantir a competitividade e a notoriedade conquistadas, continuando a oferecer aos clientes soluções inovadoras integradas e de elevado valor acrescentado”, disse João Faustino que, entre outros fatores relevantes, destacou a importância da formação e das pessoas, que “não pode ser um cliché”.
Também na sessão de abertura do congresso, o Ministro da Economia e do Mar, António Silva Costa, dirigiu-se aos empresários para pedir força e resiliência para “derrotar o pessimismo instalado”.
O governante referiu-se aos números mais recentes da economia portuguesa para justificar o pedido, apontando o caminho do conhecimento e modernização tecnológica como o mais forte para o desenvolvimento da indústria de moldes.
Para o António Silva Costa, a reconversão da indústria automóvel é o grande desafio do sector para os próximos anos.