Faltam dados históricos, mas é longa a tradição de órgão em Leiria. No início de oitocentos, as Invasões Francesas foram responsáveis pela destruição dos primitivos instrumentos da Sé. Deviam ser belos órgãos, mas desapareceram para o chumbo dos tubos ser transformado em balas – uma barbaridade. Hoje, resta o sítio.
Há 25 anos, contudo, a catedral voltou a receber um órgão notável, construído pelo alemão Wolfgang Seifen. “Durante muito tempo foi o maior entre Lisboa e Porto”, lembra Rute Martins, organista e professora, que organiza (e toca) em novo momento importante para a afirmação organística da cidade: o I Ciclo de Órgão de Leiria.
Há muito que no Orfeão de Leiria se ambicionava fazer algo assim. “É importante mostrar à cidade quais são os instrumentos que temos e, de certa forma, reconciliá-los com a comunidade”. Isso passa por mostrá-los e recolocá-los a fazer música, nota.
Leiria tem quatro órgãos: além do da Sé, há o histórico (e colorido) que transitou da Sé para o Santuário de Nª Srª da Encarnação (já com 200 anos), o do Seminário – “não está nas melhores condições” – e um pequeno, para aulas no Orfeão.
À exceção deste último, todos integram o primeiro ciclo, que conta com uma novidade: um harmónio, ou órgão expressivo, preciosidade quase esquecida no Seminário – ver texto com João Santos -, inspira um concerto especial com o contra tenor João Paulo Ferreira.
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