A Câmara de Leiria aprovou esta terça-feira, dia 18, as contas de 2022, que revelam uma redução da dívida e uma subida nas despesas de acordo com a inflação, tendo os vereadores da oposição votado contra.
Segundo os documentos discutidos na reunião de câmara de ontem, o exercício fica marcado por uma redução da dívida de 20% e uma melhoria da taxa de execução da despesa de 7%, face ao ano anterior.
Com um saldo global de 39.971.165,23 euros e uma poupança corrente de 29.181.114,17 euros, o presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, enfatizou a preocupação que se mantém com as “contas saudáveis e equilibradas”, mantendo-se o prazo de pagamento a fornecedores nos seis dias, “um dos mais reduzidos do país”.
O resultado líquido que transitou para 2023 (39,9 milhões de euros) é ligeiramente inferior ao registado em 2021 (40,7 milhões de euros para 2022).
O vereador independente eleito pelo PSD, Álvaro Madureira, elogiou o resultado operacional de cerca de três milhões de euros, mas criticou os 64% de custos com as despesas correntes e 36% com a despesa capital. “Há um desequilíbrio grande de investimento no concelho e há muita coisa por fazer”, afirmou.
Gonçalo Lopes explicou que, apesar da inflação, a Câmara “não deixou de investir e “ainda conseguiu poupar na despesa para fazer obra”.
O exercício regista um saldo líquido de 2.809.369,51 euros, com um aumento de 14% na despesa corrente, que o presidente justificou com a retoma de atividades após a pandemia, nomeadamente refeições escolares, eventos, aumento do preço da energia, entre outros custos que cresceram com a inflação.
Gonçalo Lopes informou ainda que este crescimento com a despesa corrente foi compensado por um aumento de 18% na receita corrente.
O autarca destacou a continuação de uma forte aposta nas transferências para as freguesias de 8,26 milhões de euros (mais 12%) e no associativismo, com 7,7 milhões de euros (ME) para instituições sem fins lucrativos.
A Câmara vai agora submeter os documentos de prestação de contas individuais do Município de Leiria à Assembleia Municipal.
Os vereadores do PSD, Branca Matos, e o independente eleito pelo PSD, Daniel Marques, também votaram contra.
O resultado líquido do exercício de 2022 dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, no valor de 2,9 ME, também foi aprovado, cifrando-se num acréscimo de cerca de 1,4 ME, fruto do “aumento das vendas de água e saneamento”, explicou o vereador Ricardo Santos (PS)
“Os resultados têm vindo a melhorar de ano para ano”, acrescentou, ao referir que as despesas correntes cresceram cerca de 3,2%, ou seja, mais 500 mil euros face a 2021. “Justifica-se pelo aumento das despesas com pessoal, pois tivemos mais 22 trabalhadores, e reflete-se pela inflação com o aumento dos custos de energia e na aquisição de água em alta e no tratamento de águas residuais”, disse Ricardo Santos.
A taxa de execução foi de 62%. “No entanto, se tivermos em conta as obras que estão em curso e já adjudicadas os valores sobem para 90%”, referiu à agência Lusa o administrador-delegado dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Leiria, Leandro Sousa.
