A Cercilei – Cooperativa de Ensino e Reabilitação de Cidadãos Inadaptadas de Leiria vai internacionalizar o seu encontro anual pela primeira vez, contando com especialistas de Espanha, Brasil e Cabo Verde.
“Este ano, quisemos introduzir a experiência de outros países, o que vai enriquecer o encontro. Vamos ver como outros estão a trabalhar, colher contributos para melhorar as nossas práticas e também dar bons exemplos. Esta partilha só traz mais-valias”, disse a presidente da Cercilei, Cristina Meireles.
A responsável adiantou que a instituição é visitada por várias entidades de todo o país, pelo que aproveitou a sua ligação com o Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Politécnico de Leiria para alargar o encontro a especialistas de outros países.
“Todos ficamos a ganhar numa área que está sempre em evolução e o exercício de boas práticas é sempre necessário. Estes encontros trazem sempre uma lufada de ar fresco e põem-nos a refletir. São momentos de aprendizagem. Já que muitas vezes as pessoas não conseguem fazer a sua própria investigação podem beber da investigação de outros neste encontro”, sublinhou Cristina Meireles.
“Educar é prevenção – Escola, família, comunidade” é o tema do 12.º Encontro na Diferença, que decorrerá nos dias 27, 28 e 29 de abril, no auditório 2 da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria.
Cenários de realidade virtual personalizados, robótica para a reabilitação e elaboração de produtos e tecnologias de apoio de baixo custo através de impressoras 3D, diagnóstico tardio em perturbações do neurodesenvolvimento, teorias sobre a plasticidade neuronal dos bebés, inclusão social em Cabo Verde” serão alguns dos temas a abordar pelos especialistas.
“Esperamos casa cheia para três dias de formação. Os temas são pertinentes e estão relacionados com a prática do dia-a-dia das pessoas que trabalham na área da deficiência. Estará presente um leque alargado de especialistas, pelo que estão reunidas todas as condições para que seja um sucesso”, confessou.
O encontro terá pequenos momentos culturais proporcionados pelos utentes da Cercilei.
“É uma oportunidade de os incluir em eventos onde participam as pessoas ditas normais e podem mostrar as suas capacidades a quem assiste, tendo o reconhecimento de que a pessoa com deficiência, dando-lhes condições, é capaz de cumprir as regras e saber estar”, destacou Cristina Meireles.
Segundo a presidente da Cercilei, é importante para os utentes “sentirem os aplausos e assumirem a sua pequena responsabilidade”.
Além da participação artística, os utentes estão ainda envolvidos na “pausa para café” e na confeção das pequenas lembranças que são dadas aos oradores e aos participantes.
“Esta é a verdadeira inclusão”, rematou.