A requalificação da Escola Secundária Afonso Lopes Vieira (ESALV), sediada na freguesia de Marrazes e Barosa, no concelho de Leiria, deverá custar quase 5 milhões de euros.
O projeto foi aprovado, a par do da ampliação da Escola Básica 2,3 D. Dinis, na passada terça-feira, na reunião de Câmara de Leiria, que aguarda a abertura dos avisos de candidatura no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ou fundos comunitários para garantir o necessário financiamento.
A elaboração do proposta para a ESALV foi adjudicada pela autarquia ao gabinete Profico, em finais de 2021, por cerca de 73 mil euros, e inclui também o projeto para a EB 2,3 de Marrazes (ainda por apresentar). A medida resulta de um acordo celebrado com o Ministério da Educação (ME) no âmbito da descentralização de competências na área da Educação, sendo que o desenvolvimento do projeto e do concurso ficou a cargo do município enquanto o financiamento seria assegurado integralmente por parte do Estado.
Classificada como “urgente” no âmbito do mapeamento realizado pelo ME, a reabilitação da ESALV prevê a requalificação dos edifícios existentes, reformulação da entrada principal, criação de um anfiteatro e de uma esplanada e reordenamento do estacionamento. É ainda objetivo “tirar um máximo proveito do espaço exterior” para a prática de exercício físico, nomeadamente com a recuperação do campo de jogos e criação de um circuito de manutenção.
Segundo Anabela Graça, vereadora da Educação, a proposta “assenta essencialmente na melhoria e conforto térmico das salas de aula, instalações sanitárias, colocação de tetos falsos, renovação da caixilharia, melhoria das acessibilidade, e criação de um estacionamento mais organizado”.
A intervenção não contempla a criação de novas salas de aula, explicou, dando conta que “a ampliação, a fazer-se, será na EB dos Marrazes, o que poderá diminuir, futuramente, o número de turmas do 3º ciclo na ESALV e aumentar o 3º ciclo nos Marrazes, privilegiando na ESALV o ensino secundário e profissional”.
Também o responsável do gabinete de arquitetura destacou como preocupação principal “a recuperação dos edifícios existentes”, que, “do ponto de vista estrutural, têm qualidade”, e a sua melhoria do ponto de vista “da eficiência térmica e acústica e do conforto dos alunos, professores e funcionários”.
Inaugurada em novembro de 1982, a ESALV é constituída por cinco blocos de salas de aula e um bloco de serviços, com refeitório, cozinha, cafeteria e gabinetes, num terreno com cerca de 30 mil metros quadrados.
A remodelação da portaria com criação de uma zona coberta, uma área de estacionamento nas traseiras do pavilhão desportivo, uma esplanada/plateau, percursos acessíveis e um circuito de manutenção em torno da escola irão contribuir para mudar a imagem da escola.
Em termos estéticos, cada bloco terá uma cor atribuída, no interior e exterior. Será ainda aplicado nas fachadas um revestimento térmico, substituído o pavimento das salas e oficinas, renovadas as casas de banho e reabilitadas as redes de águas e esgotos, entre outras infraestruturas.
“Dia importante para a Educação”
Na terça-feira, Anabela Graça frisou tratar-se de um dia importante para a Educação em Leiria, tendo os dois projetos – ESALV e EB D. Dinis – sido desenvolvidos com o envolvimento de toda a comunidade escolar, e, em particular, das direções das duas escolas.
“[Os projetos] Resultaram de uma arquitetura social participada, [os gabinetes de arquitetura] estiveram nas escolas com os nossos serviços, identificaram as necessidades e problemas diagnosticados pela direção de cada escola, e contaram com o envolvimento dos professores e educadores”, referiu, adiantando que a intervenção na EB D. Dinis irá permitir o aumento de turmas na zona urbana, ao passar de uma tipologia T30 para T38, contando com os espaços da educação física.
Destacou ainda o facto de a ESALV ser uma Unidade de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE), com estreita ligação ao Conservatório Internacional de Ballet e Dança Annarella Sanchez e clubes desportivos locais, frisando a aposta em adequar o espaço exterior à promoção de atividades e espetáculos ao ar livre.
Já Gonçalo Lopes, presidente da Câmara, adiantou aguardar a abertura de candidaturas para poder garantir a verba necessária para a realização da empreitada, referindo não poder adiantar quaisquer prazos.
“Já adiantámos os projetos e estamos à espera que seja disponibilizada essa verba para a apresentação das candidaturas. O nosso trabalho está feito até aqui e precisamos agora do dinheiro para fazer esta obra”, sublinhou.