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Batalha

Vereadores do PSD ausentes de sessão comemorativa do 25 de abril em protesto por falta de convite

Presidente da Assembleia Municipal garante: “PSD confirmou a presença do seu representante em devido tempo”

Os vereadores do PSD na Batalha anunciaram hoje a sua indisponibilidade para participar na cerimónia evocativa do 25 de abril, na Batalha. “Não poderão contar com a nossa adesão ou concordância. Infelizmente, na Batalha o 25 de abril não é de todos!”, lamentam os vereadores no voto de protesto hoje apresentado em reunião do executivo.

O executivo municipal é liderado pelo movimento independente “Batalha é de todos”, que elegeu presidente Raul Castro. No voto de protesto, que enviaram para as redações, os vereadores do PSD, na oposição, acusam a maioria de não os ter convidado para a cerimónia.

No entanto, o presidente da Assembleia Municipal garante que o PSD confirmou a presença de um representante.

“A organização da Assembleia Municipal simplesmente ignorou os elementos da oposição, não convidou sequer toda a vereação da Câmara Municipal e foi ao pormenor de pretender escolher quem em nome do Partido Social Democrata poderia intervir na dita sessão solene”, acusam.

“Esta atitude prepotente envergonha a Democracia e revela afinal que a ‘Batalha não é de Todos’, bem pelo contrário, cada vez mais parece ser apenas de alguns privilegiados que se consideram donos das instituições públicas da Batalha”, reforça o voto de protesto do PSD.

As comemorações em causa têm lugar nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha e contemplam um espetáculo musical na noite desta segunda-feira, dia 24, e a sessão solene às 15 horas de amanhã.

Na sua tomada de posição, os vereadores do PSD visam o presidente da Assembleia Municipal, Joaquim Ruivo, responsável igualmente pela direção do Mosteiro da Batalha. No seu voto “expressam o seu mais veemente protesto pela ação do presidente da Assembleia Municipal e diretor do Mosteiro da Batalha, que faz uso da dupla qualidade para iniciativas políticas de mera fação política, pelo que não poderão contar com a nossa adesão ou concordância”.

Joaquim Ruivo contesta o teor do voto. Lembrando que o convite foi dirigido por si e também pelo líder do executivo, Raul Castro, Joaquim Ruivo explica a dupla função que desempenha: “o facto de o presidente da Assembleia ser diretor do Mosteiro advém somente de duas circunstâncias: a primeira, porque a população da Batalha lhe deu em eleições livres, pelo seu voto, esse mandato. A segunda, porque é diretor do Mosteiro por dois concursos públicos e só continuará a sê-lo após um terceiro”.

O presidente da Assembleia Municipal da Batalha assegura que todas as forças políticas foram tratadas em plano de igualdade e que “todos os líderes das bancadas da Assembleia Municipal foram convidados, em devido tempo, a participar em representação dos seus partidos e movimento, ou, no seu impedimento, por outro deputado em sua substituição”.

Explica ainda que “todos foram convidados com o mesmo tempo de intervenção: cinco minutos”. Joaquim Ruivo garante mesmo que o PSD sinalizou a sua participação na cerimónia: “o que me deixa estupefacto é que o PSD confirmou a presença do seu representante em devido tempo”, aponta.

O presidente da Assembleia Municipal confirma, todavia, que “não foram convidados a participar, enquanto oradores, nem os vereadores, nem líderes partidários”.

A sessão solene comemorativa da revolução de abril de 1974, decorre amanhã, terça-feira, pelas 15 horas, nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha e terá como orador convidado o sociólogo António Barreto, estando igualmente prevista a atuação da Sociedade Artística e Musical Cortesense.

O primeiro momento comemorativo arranca, todavia, já na noite desta segunda-feira, pelas 21h30, nas Capelas Imperfeitas, com o um concerto “Recordar Zeca Afonso”.

O teor deste momento musical também merece a crítica dos vereadores do PSD que, no seu voto, fazem referência a “concertos evocativos de Zeca Afonso e de outras músicas revolucionárias, bem ao jeito de uma certa esquerda radical que tomou o dia 25 de abril como uma evocação ideológica e dos valores do PREC”.

Joaquim Ruivo contrapõe, todavia, ficar “muito preocupado” com o teor do documento do PSD, “não enquanto presidente da Assembleia ou diretor do Mosteiro, mas pelo próprio PSD que invoca argumentos, esses sim, que tinham sentido há 45 anos, durante o PREC”. Agora, explica, “claramente dão a ideia de um PSD que menospreza a inteligência dos cidadãos da Batalha e que está alheado das realidades sociais e políticas”.

Ao REGIÃO DE LEIRIA, Raul Castro, presidente da Câmara da Batalha, esclarece que a organização do evento pertence à Assembleia Municipal da Batalha, mas reconhece ter existido “um lapso” no envio dos convites que se atrasou, admitindo a necessidade de alteração procedimentos no futuro.

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