Dezasseis concertos, atividades infantojuvenis, exposição e instalações integram a programação do festival Nascentes, que acontece entre 28 de junho e 2 de julho na aldeia das Fontes, em Leiria, onde nasce o rio Lis.
Nesta edição, o projeto Nascentes ganha a maior dimensão de sempre, continuando a propor “um mapa de atividades multidisciplinares que abraçam a natureza e o património partilhado da comunidade local”, avançou hoje a Omnichord, que organiza o evento.
O diretor artístico de Nascentes, Guilherme Garrido, explica que “após um ano de relações” motivadas pela edição de 2022, este ano o festival surge com “uma relação com a comunidade e o belíssimo lugar das Fontes muitíssimo mais forte”.
“Foi um ano que permitiu ter muito pensamento, que permitiu frutificar ideias e criar um programa que é mais complexo, mais exigente no seu sentido crítico, construtivo, propositivo, auditivo e de reconhecimento do outro. Vai-se encontrar mais uma comunidade como uma unidade”, antecipou.
Partindo do encontro com as pessoas, os lugares e os hábitos daquele território, Nascentes apresenta uma programação que relaciona “artistas e espaços, natureza e criação, rasgo e tradição”.
Ao longo dos cinco dias, com entrada livre e o Lis como inspiração permanente, o festival propõe a reflexão sobre “a natureza nas suas diversas formas” e também “o modo como nos relacionamos com o outro, a arte e a cultura, a paisagem e, também, como nos transformamos através dessas relações”.
Hoje foi anunciada a programação integral, que inclui além dos já anteriormente anunciados Cabrita, Kriol, Lavoisier e ZA! & TransMegaCobla, concertos de Ayamonte Cidade Rodrigo, Dolu, Gala Drop, Jhon Douglas, Joana Guerra, Lalalar, Mais Alto! e Vurro.
O artista sonoro Luís Antero dará um Concerto para Olhos Vendados e orientará vários passeios sonoros.
A programação infantojuvenil é uma aposta forte, com várias atividades que promovem a “partilha, descoberta, imaginação e brincadeira”.
Outro dos destaques são as residências artísticas, que neste ano são três musicais e uma de artes visuais.
A abrir a programação, no dia 28 haverá concerto de celebração de uma década de existência de Ligados às Máquinas, projeto de música eletrónica formado por elementos da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra.
E das residências artísticas sairá também o espetáculo de voz e performance que brotar do encontro entre Carincur, João Pedro Fonseca e o Coro das Fontes, criado “após o Nascentes, na época natalícia” e que junta “habitantes de todas as idades”
Haverá ainda a revelação musical preparada pelo baterista Ricardo Martins, o compositor multi-instrumentista Dada Garbeck e um trio de percussão constituído por Francisco Vieira (marimba), António Casal (vibrafone) e João Maneta (bateria), este um músico que habita na aldeia das Fontes.
Será ainda estreado o Museu Comum, exposição que resulta do trabalho conjunto de artistas visuais com a população.
“Convocámos uma série de habitantes da aldeia a revisitar a história, o passado e a própria história nessa aldeia e não só e começámos a tentar construir uma linguagem mais comum. Essa proximidade cada vez mais perto de quem habita as Fontes transforma, completamente, o resultado final”, acrescentou Guilherme Garrido.
O espírito comunitário é nutrido também pela gastronomia local, com a Jantarada d’Aldeia e as sessões de Discos & Petiscos, onde a música é condimentada pelos sabores típicos da região.