Alguns dos melhores oleiros nacionais participam em Leiria entre os dias 9 e 11 de junho na 7.ª edição da Exposição Nacional de Olaria, que os responsáveis querem tornar no melhor evento nacional deste género de artesanato.
Ao todo, no Jardim Luís de Camões, em Leiria, 30 expositores vão mostrar trabalho de ceramistas nacionais e da olaria da Bajouca, freguesia de Leiria com tradição na arte de trabalhar o barro.
“Inequivocamente, vamos ter um grande certame de olaria nacional. Acredito mesmo muito que, ao longo dos anos, este será o maior certame e com maior peso em Portugal”, afirmou ontem, na apresentação da exposição, o curador do evento, Alexandre Correia.
O programa da sétima edição reflete a aposta do município na Exposição Nacional de Olaria, explicou a vereadora da Cultura, Anabela Graça.
O objetivo central é “dar a conhecer a olaria da Bajouca”, promovendo “a riqueza deste património, que é local mas que queremos que seja nacional também”.
Mas a autarca acredita que Leiria se vai projetar com “uma exposição exclusivamente de olaria” e “apostando nos melhores oleiros”.
“É o que nos vai distinguir de todas as outras exposições”, sublinhou a vereadora.
Para isso, Alexandre Correia desenhou uma proposta que “é um convite a visitarmos o nosso país naquilo que são as técnicas e a estética da olaria”.
Do contemporâneo ao tradicional, da pintura a frio, aos vidrados, sem esquecer “os bonecos de Estremoz, reconhecidos como Património Imaterial da Humanidade pela Unesco”, promete-se “o melhor” que é feito em Portugal e “aquilo que é identitário das várias regiões”.
Com isto, pretende-se que a Exposição Nacional de Olaria de Leiria seja “um hino à salvaguarda, à valorização, à intelectualização e à preservação das nossas artes e ofícios”.
Uma das prioridades será a partilha entre oleiros. “É nossa intenção promover e incentivar partilhar, o saber-fazer entre os oleiros que vão estar nesta exposição”, explica o curador, que programou várias residências artísticas que vão colocar a trabalhar na mesma roda diversos pares de artistas de várias geografias e estéticas.
Alexandre Correia promete “uma edição diferenciadora”, que “já está a gerar muito burburinho e expectativa” no setor.
“A nível nacional tem-se sentido um vazio, na parte da olaria, numa exposição com esta dimensão. Já houve, há muitos anos atrás. Mas os oleiros desacreditaram-se nos moldes em que esses certames eram feitos. Face ao que estamos a trabalhar e às condições que temos proposto, eles estão a ganhar esperança”, salientou o colecionador e investigador.
Em Leiria vão estar, por exemplo, António Ramalho, de Barcelos, conhecido pelo trabalho de figurado de barro, mas também Ricardo Fonseca, de Estremoz, produtor de boneco de Estremoz, ou Sérgio Amaral, de Mangualde, que se dedica ao figurado e aos seus “matarrachos”.
A lista de convidados inclui Célia Macedo (Montemor-o-Novo), Daniel Alonso (Barcelos), mestre Feliciano (Viana do Alentejo), mestre Fernando Miguel (Caldas da Rainha), Filipe Ferreira (Coimbra), Heitor Figueiredo (Beja), Iliana Menaia (Ponte de Sor), Inês Salgado (Lisboa), João Pinto da Costa (Tomar), João Gomes (Sintra), Joaquim Esteves (Barcelos), Jorge Lindinho (Caldas da Rainha), José Luís Pires (Mafra), Liliana Sousa (Alcobaça), Margarida Gomes (Silves), Manuela Marques Bulhão (Reguengo de Monsaraz), Rita Gonçalves (Porto), Odete Araújo (Faro), Rute Dias (Porto de Mós) e Teresa Brito (Oeiras).
Da Bajouca, vão estar representados Alcino Pedrosa, Céu Pedrosa, Pedro Pedrosa, Manuel Cabecinhas, Manuel Ferreira, Lena do Zé Riscado e Secundino Ferreira.
A Exposição Nacional de Olaria tem como tema “A roda das mãos” e apresenta também uma programação musical que vai do jazz ao cante alentejano, incluindo um espetáculo especial de percussão com barro.