O presidente do conselho de administração da Secil, Ricardo Pires, disse hoje que a empresa está comprometida com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e garantiu que o “desafio da sustentabilidade está presente” no grupo.
“(…) A empresa está comprometida com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, como é o exemplo da adoção do roteiro de descarbonização, seguindo as melhores práticas da indústria cimenteira a nível mundial, europeu e nacional”, afirmou Ricardo Pires, na sessão comemorativa do centenário da fábrica de cimentos Maceira-Liz, na Maceira, concelho de Leiria.
Fazendo uma retrospetiva histórica da unidade, o presidente do conselho de administração realçou que “foi um dos mais inovadores empreendimentos industriais” do país, “marcando de forma única a economia nacional”, e lembrou “a visão estratégica e a capacidade de inovação dos fundadores Henrique Sommer e José da Rocha e Melo”.
Para Ricardo Pires, a fábrica “marcou uma evolução determinante no fabrico do cimento em Portugal, na construção também” e no desenvolvimento do país.
Referindo que até à inauguração desta fábrica, há 100 anos, “Portugal apenas produzia alguns milhares de toneladas de cimento de qualidade inferior”, este responsável destacou que, com esta unidade, o país pôde “começar a construir obras públicas de grande dimensão e complexidade, como portos, barragens e aeroportos”.
“Nos 15 anos seguintes, foram instalados mais dois fornos, triplicando a capacidade de produção inicial no que ainda hoje seria um notável desempenho de engenharia industrial”, recordou, apontando a necessidade de criar acessos ferroviários, recrutar centenas de operários, criar alojamento e assegurar a distribuição do cimento junto dos clientes.
Explicando que isto ocorreu “no Portugal profundo dos anos 20 e 30, com recursos financeiros, humanos e tecnológicos existentes à época”, o presidente do conselho de administração frisou que a inovação foi, é e será “uma marca constante desta fábrica e da própria Secil”, que tem “importantes desafios de descarbonização, circularidade, digitalização e eficiência energética”.
No discurso, Ricardo Pires sublinhou, ainda, na história da fábrica, o aspeto social.
“Foi um modelo de gestão laboral e de política social único no país na altura”, notou, reconhecendo que “todas estas dimensões (…) não teriam sido possíveis sem pessoas”, elogiando “o esforço, a dedicação e a entrega inexcedível de milhares de colaboradores que aqui viveram e deram o seu contributo diário”.
Depois, referiu o impacto na agora vila da Maceira da fábrica, defendendo que esta “tem de estar também virada para o futuro”, com “uma estratégia de descarbonização e sustentabilidade”.
“Hoje, Maceira já tem uma relevante taxa de substituição de combustíveis fósseis por combustíveis alternativos e produz clínquer de baixo carbono que permite a produção de novos tipos de cimento”, adiantou, reconhecendo a necessidade de haver “mais ambição”.
Nesse sentido, a empresa irá “garantir a adaptação desta unidade”, dos colaboradores e da comunidade “aos novos desafios tecnológicos, regulatórios e de sociedade”.
Segundo o seu sítio na Internet, “a Secil é um grupo empresarial fundado em Portugal que assenta a sua atividade na produção e comercialização de cimento, betão, agregados, argamassas e cal hidráulica”, integrando, também, “empresas que operam em áreas complementares na economia circular, na utilização de resíduos como fonte de energia”.
O Grupo Secil “expandiu-se nas últimas duas décadas para outros mercados”, operando “três fábricas de cimento em Portugal (Outão, Maceira e Pataias)” e com presença “em Angola, na Tunísia, no Líbano, em Cabo Verde, Espanha, Holanda e Brasil”.
A Secil “garante uma capacidade anual de produção de cimento superior a 9,75 milhões de toneladas”, adianta a mesma fonte, referindo que a Semapa, ‘holding’ cotada na bolsa de Lisboa, é “detentora da totalidade do capital social da Secil”.