Entre Lisboa, onde vive, e Alcobaça, onde trabalha, António José Morais faz em média 500 quilómetros por semana. Desde que adquiriu um veículo elétrico, o alcobacense garante já ter poupado muito dinheiro. Mas não foi apenas pela poupança que trocou o abastecimento do combustível pela energia.
“O impacto ambiental de um carro elétrico foi o que me fez investir nessa opção, mas a verdade é que também se poupa dinheiro”, admite António José Morais, que há três anos trocou o primeiro veículo elétrico que comprou por outro com mais autonomia.
“Durante os primeiros três anos, a poupança financeira foi extraordinariamente boa porque ainda não se pagava energia”, recorda o diretor pedagógico da Academia de Música de Alcobaça, que fez 90 mil quilómetros sem gastar 1 euro em energia. Pelo facto de ter optado pela modalidade de aluguer de baterias na aquisição do veículo, o alcobacense pagava apenas cerca de 120 euros por mês, ou seja, metade do que gastaria em combustível.
Com a cobrança da energia, “deixou de ser tão vantajoso economicamente, mas ainda compensa”, admite o professor. Aproveitando a tarifa bi-horária que tem em casa, é à noite que faz o carregamento da bateria, o que lhe permite fazer a viagem Lisboa-Alcobaça, ida e volta, à vontade.“Devo gastar uns 3 euros aos 100 quilómetros, se fosse num carro a combustão talvez 10 euros não chegassem”, nota.
Outra das vantagens que o também trompetista vê nos veículos elétricos é o estacionamento. “Em Lisboa, além de ser muito caro, é difícil estacionar os carros. Com um elétrico, e pagando uma tarifa de 12 euros por ano, estaciono o carro com facilidade sem restrições”, esclarece.
Potencial desvantagem? “Ficar dependente dos postos de carregamento”. Ainda assim, “se a mentalidade mudar” e “existir uma gestão dos carregamentos”, o veículo elétrico é “uma boa opção”, mesmo quando existe outro carro a combustão estacionado na garagem.
Mais qualidade de vida
Também Pedro Fernandes, residente na Barosa, concelho de Leiria, decidiu trocar o convencional carro a combustão por um elétrico. Mas não foi a poupança que esteve na base da decisão, mas sim a maior qualidade de vida proporcionada.
É que Pedro Fernandes é militar e trabalha em Tancos, em Vila Nova de Barquinha, tendo por isso de fazer diariamente cerca de 80 quilómetros para ir para o trabalho. Uma vez que o trabalho fica tão longe, acabava por ir a casa apenas uma vez por semana, “por causa dos custos de combustível”.
Quando fez contas e comprou um carro elétrico, há cerca de seis anos, passou a conseguir estar mais tempo em casa. Isto porque, mesmo fazendo mais viagens durante a semana, as despesas mantiveram-se face ao que gastava anteriormente em combustível, explica ao REGIÃO DE LEIRIA.
Para Pedro Fernandes, 50 anos, esta é a principal vantagem em ter um veículo elétrico, mas não é a única. A manutenção do veículo é também “baratíssima”: levar o carro à revisão representa uma poupança de 50% face ao carro a combustível, sublinha, realçando ainda que “o que se poupa em manutenção ao longo de oito anos” – período de garantia da bateria – compensa o valor associado à compra de uma nova bateria. “Uma nova bateria é um valor elevado, mas é só uma vez”.
E as vantagens são tantas que em casa de Pedro já só há veículos elétricos, A própria esposa Susana rendeu-se a este tipo de mobilidade, que não revela grandes dificuldades. Até porque o casal carrega o veículo sempre em casa. “É raro carregarmos na rua”, conta Pedro Fernandes, explicando que o carro que possui atualmente tem uma autonomia de 500 kms, que lhe permite ir até ao trabalho e voltar sem carregar a bateria fora de casa.
Pedro Fernandes já teve inclusive vários carros elétricos. O primeiro que comprou tinha uma autonomia de 200 kms. Foi adquirindo outros mais recentes, sendo que o que possui atualmente é de 2022.
(Notícia corrigida às 9 horas de 20 de junho de 2023 com retificação da autonomia dos veículos que Pedro Fernandes já adquiriu e que possui atualmente)