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Figueiró dos Vinhos

Florestgal tem novo presidente sete meses após a demissão do seu antecessor

José de Jesus Gaspar é o novo presidente da empresa pública de gestão florestal com sede em Figueiró dos Vinhos.

Foto: Escola Superior Agrária de Coimbra

O atual vice-presidente do Instituto Politécnico de Coimbra, José de Jesus Gaspar, foi nomeado presidente da empresa pública de gestão florestal Florestgal, sete meses após a demissão do seu antecessor, anunciou hoje o Governo.

José de Jesus Gaspar, que desenvolveu a sua atividade de docente na área das ciências florestais e do ambiente, assume agora a presidência da Florestgal, sediada em Figueiró dos Vinhos, “na sequência do processo de recrutamento aberto para o cargo e após parecer favorável da CReSAP [Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública]”, afirmou o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, em nota de imprensa.

Doutorado em ciências aplicadas ao ambiente pela Universidade de Aveiro, o futuro presidente da Florestgal era vice-presidente do Politécnico de Coimbra desde 2017, tendo liderado a Escola Superior Agrária de Coimbra entre 2010 e 2014 e esteve na direção da Florestis – Associação Florestal de Portugal.

José de Jesus Gaspar é também investigador do Centro de Ecologia Funcional e tem trabalho de investigação na área do fogo controlado, inventário florestal, planeamento do solo e sistemas de informação geográfica, refere a sua nota biográfica publicada no Instituto Politécnico de Coimbra.

Em outubro de 2022, o Governo demitiu o então presidente da Florestgal, Rui Gonçalves, que estava no cargo há pouco mais de um ano.

A demissão surgiu pouco depois de Rui Gonçalves ter publicado um artigo de opinião no jornal Público, no final de setembro, após o grande incêndio de agosto na Serra da Estrela, em que tecia várias críticas ao sistema, apontando para a “inutilidade” que a prevenção estrutural assumiu no combate às chamas nesse fogo, assim como para problemas de descoordenação do combate ao incêndio, com “demasiados agentes” no terreno.

“Parecíamos estar preparados para a nova geração de incêndios florestais, mas a realidade veio mostrar que a preparação não passou do papel para o terreno. Ou seja, temos muitos relatórios, programas e planos escritos e aprovados, mas não os conseguimos executar quando é necessário”, escreveu então Rui Gonçalves.

A Florestgal, com sede em Figueiró dos Vinhos, foi criada a partir de uma empresa pública já existente, a Lazer e Floresta, após os grandes incêndios de 2017.

A empresa está presente em 27 concelhos, gerindo uma área (própria e arrendada) de mais de 22 mil hectares, com um património avaliado em 36,3 milhões de euros.

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