“Ter medo é normal, é uma das respostas automáticas que temos para gerir as emoções e os nossos comportamentos”. Mas quando esse medo se torna irracional e incapacitante, estamos perante uma fobia.
O que pode estar na sua origem e como se trata são duas perguntas a que se se pretende dar resposta, no episódio desta semana do podcast “Mentes Inquietas”.
A lista é vasta, mas são as fobias sociais as que mais frequentemente chegam aos consultórios de Joana Correia e Claúdio Laureano, respetivamente diretores dos serviços de Psicologia e Psiquiatria do Centro Hospitalar de Leiria.
A fobia a espaços fechados, incluindo-se nesta categoria a de circular em autoestrada – por não se poder sair a não ser em determinadas zonas – é apontada por Cláudio Laureano como um exemplo das que “causa transtorno e tem impacto na vida da pessoa”.
O medo incontrolável de uma situação que não representa um perigo real gera reações físicas como por exemplo taquicardia, sudorese, dificuldade em respirar. “Há consciência de que o medo é irracional e exagerado e mesmo assim a pessoa não tem capacidade de o controlar”, refere Cláudio Laureano. As fobias podem igualmente gerar episódios depressivos e outras perturbações de ansiedade, levando até ao abuso de substâncias como o álcool.
Acredita-se que a fobia possa ter ligação direta a situações traumáticas e, sendo uma doença crónica, pode ser controlada com sucesso. Joana Correia esclarece que o tratamento pode ser feito através da exposição gradual confrontativa e contextualizada da pessoa àquele medo específico para conseguir ir lidando com ele.
Os dois profissionais sublinham, contudo, que a remissão pode demorar anos a acontecer e que não ocorre sem tratamento especializado.
Oiça o episódio completo aqui.